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MARTA SEIS VEZES THE BEST



27/09/2018

Marta conquistou pela sexta vez o prêmio The Best FIFA, mas quais as perspectivas que se apresentam para o avanço do futebol feminino no Brasil.

Por *Teófilo Pimenta   

A alagoana Marta do Orlando Pride e da seleção brasileira conquistou na última segunda-feira (24) o prêmio The Best da FIFA em Londres pela sexta vez, cinco deles de forma consecutiva, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e o sexto o 2018, superou os craque do masculino: Cristiano Ronaldo da Juventus e Leonel Messi do Barcelona, ambos com cinco conquistas. Aos 32 anos tornou-se a única atleta a atingir tal feito individualmente no futebol.

Pelas condições do futebol feminino brasileiro ser a The Best por seis vezes é algo surpreendente. Imagine sair do interior do Alagoas, passar a adolescência em cidades desconhecidas, superar inúmeras adversidades e dificuldades e tornar-se uma das principais jogadoras do futebol feminino mundial, é extremamente difícil por si só, num país que não valoriza o esporte feminino, é ainda mais. 

Aponta-se algumas razões para considerar o feito de Marta como surpreendente: as dificuldades encontradas para a prática do esporte nas cidades, falta de política públicas estruturais de promoção e incentivo ao esporte, de uma forma geral; quando superadas as barreiras seletivas do esporte há uma grande dificuldade de se manter na modalidade escolhida por diferentes razões, dentre elas a principal é a econômica; o pouco incentivo ao fomento do futebol feminino no país, por fim, não podemos deixar de citar o preconceito sofrido pelas meninas que jogam futebol no Brasil.

Portanto, a conquista de Marta, em especial, merece muito louvor e destaque, coisa que não aconteceu pela mídia brasileira, conforme merecia. 

O prêmio recebido pela alagoana de Dois Riachos, deveria ser o ponto de partida das discussões sobre criar melhores condições das jogadores praticarem o futebol no país, passando por incentivos econômicos para as mulheres se manterem na modalidade, respeito e dignidade as atletas, não só as de ponta. 

O debate deveria girar em torno das possibilidades que estimulem, cada vez mais, a participação feminina no esporte, para que possa surgir mais Martas.

Para Marta, ser a The Best FIFA 2018 aos 32 anos, indica um novo ciclo na sua carreira esportiva, novas metas e sonhos esportivos? 

Os questionamentos que muitos do meio esportivo e, principalmente os fãs dessa grande atleta fazem, seguem no seguinte caminho: por mais quantos anos Marta conseguirá se manter em alta performance? Será possível sonhar com as conquistas da Copa do Mundo da França em 2019 e dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020?

Neste ano com a seleção brasileira feminina, Marta a maior artilheira de campeonatos mundiais de futebol feminino da FIFA, com 15 gols, conquistou a Copa América e o prêmio The Best. O otimista com relação a conquistas fica apenas dentro dos campos, porque, fora deles, infelizmente, não tenho perspectivas de grandes avanços no futebol feminino brasileiro.

Teófilo Pimenta
Formado em educação física, especialista em Educação, mestre em Desenvolvimento Humano, ambos pela UNITAU. Professor universitário, autor do livro Obesidade Infantil: um olhar para os múltiplos fatores (2015) e nas horas vagas esportista amador.

Fonte: Agora Vale


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