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22/01/2015
As diferenças entre os dois mundiais realizados no Brasil, em relação à organização
Vanessa Rodrigues
Repórter
Goal Brasil
Em 1950, quando o Brasil sediou a Copa do Mundo pela primeira vez, não se havia ainda uma preocupação com o legado do evento ou com os 'elefantes brancos', estruturas que poderiam ficar sem uso após o torneio. Mesmo assim, cinco dos seis estádios utilizados naquele Mundial seguem até hoje recebendo com certa frequência jogos da Série A e B do Campeonato Brasileiro.
São eles: Ilha do Retiro (Recife), Independência (Belo Horizonte), Durival de Britto (Paraná), Pacaembu (São Paulo) e Maracanã (Rio). Enquanto o Estádio dos Eucaliptos, em Porto Alegre, que pertencia ao Internacional, acabou demolido.
Construído para o torneio, o estádio Jornalista Mário Filho, o agora famoso Maracanã, se tornou um dos maiores símbolos do futebol do planeta e fonte de renda para os times cariocas. O Maraca extrapolou os limites esportivos e consolidou-se como cartão postal do Rio de Janeiro, o que contribuiu para a chegada de turistas e o aquecimento da economia da capital fluminense.
Vale ressaltar que as exigências da Fifa foram bem menores em 1950, comparadas às de 2014. A entidade visitou o Brasil apenas duas vezes, para checar as obras e para já ficar até o início do campeonato. Não havia caderno de encargos. A primeira obra no Maracanã estava orçada em cerca de 150 milhões de cruzeiros, mas acabou saindo por aproximadamente 230 milhões de cruzeiros.
Assim como o evento, muito menor que o de 2014, o custo também não “assustou”. De acordo com a publicação "1950: O preço de uma Copa", o Mundial daquele ano custou no total R$ 437,5 milhões. Na última edição, somente a reforma do Maracanã teve o custo de R$ 1,4 bilhão. E de acordo com o Tribunal de Contas da União os gastos teriam sido contabilizados em cerca de R$ 25,5 bilhões. Foram usados 12 arenas para 32 seleções em 2014. Há 65 anos, eram 13 seleções em seis campos.
Ao contrário de 1950, os organizadores da Copa 2014 esboçaram grande preocupação com o legado do evento. Mesmo assim, alguns estádios são sérios candidatos a 'elefantes brancos', gerando prejuízos. Mega-arenas foram construídas em cidades que não têm clubes na Série A, como a Arena da Amazônia, em Manaus, a Arena Pantanal, em Cuiabá, e o Mané Garrincha, em Brasília.
A Copa do Mundo agora é um show midiático, esportivo, social e econômico. O país-sede deve comprovar ter plena condição de receber todos os envolvidos na competição: desde as delegações até os torcedores, que precisarão contar com toda uma infraestrutura. Investimentos são feitos em áreas como hotelaria, mobilidade urbana e telecomunicações. O gasto público com as obras passou então a ser fiscalizado por um controle de legitimidade que busca vetar irregularidades e garantir benefícios ao país.
Fonte: Goal
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