30/04/2013
Novo aeroporto na Região Metropolitana deve retirar linhas internacionais da Capital
Marina Schmidt
A instalação de um novo aeroporto na Região Metropolitana, que deve ser caracterizado como internacional, fará com que, futuramente, o Salgado Filho receba apenas voos domésticos. Segundo o diretor do Departamento Aeroportuário (DAP), Roberto de Carvalho Netto, uma série de critérios devem ser atendidos pelo local que abrigará o segundo aeroporto da região, transformando-o em opção mais viável para o recebimento de aeronaves maiores.
“O Salgado Filho provavelmente passará a ser aeroporto doméstico, e o outro, com estrutura maior, passará a ser internacional”, esclareceu Carvalho Netto. As diretrizes prioritárias para construção do novo aeroporto estabelecem que ele seja instalado a uma distância máxima de 50 quilômetros da capital, ter acesso por via expressa e férrea, área compatível para pelo menos duas pistas (preferencialmente três) – sendo que uma delas precisa atender a capacidade necessária para grandes aviões.
Carvalho Netto argumenta que ainda não há o veredito sobre a implantação do aeroporto em Nova Santa Rita, mas que, entre todas as opções estudadas previamente, Nova Santa Rita é a única que não inviabiliza a proposta. “Não se consegue fazer aeroporto próximo da Capital sem ter algum problema, mas lá os problemas são contornáveis”, justificou.
Interessado em oferecer sua cidade como possível sede do novo aeroporto, utilizando o espaço do aeroclube local, o prefeito de Eldorado do Sul, Sérgio Munhoz, promoveu um encontro entre o coordenador do Núcleo de Tecnologia Urbana da Ufrgs, Benamy Turkienicz, e empresários. “Nossa intenção é abrir a discussão para que seja feito um estudo técnico que possa indicar o melhor local. A gente vê muitos encaminhamentos políticos e não técnicos. O governo indicou apenas a área de Nova Santa Rita, e queremos que seja estudada também a nossa região”, reforça Munhoz.
Em contrapartida, Carvalho Netto responde que não recebeu qualquer pedido oficial para estudo sobre Eldorado do Sul, e que a cidade já apresenta características que inviabilizam a construção do aeroporto. O primeiro entrave, segundo o diretor do DAP, seria o conflito com o tráfego aéreo do Salgado Filho. “Já definimos que não vamos fechar o Salgado Filho e, para construir um aeroporto em Eldorado do Sul, teríamos que fechá-lo”, esclarece.
Segundo Carvalho Netto, em Eldorado do Sul os voos que operassem acima dos 700 mil pés de altura interfeririam naqueles que tivessem como origem ou destino o Salgado Filho. A geologia de Eldorado do Sul, assim como a de Viamão e Gravataí (também avaliadas preliminarmente, e descartadas), acrescenta, também inviabiliza o projeto por conta da umidade do solo.
Amparado pelos planos diretores de Guaíba e Eldorado do Sul, Turkienicz destaca a malha viária como principal fator de atração para as cidades. “Esse estudo leva em conta que Eldorado e Guaíba passaram a se constituir em polos e podem ser converter em plataformas intermodais de cargas”, esclarece.
Disposto ao diálogo, Carvalho Netto contrapõe que responderá a todas as propostas apresentadas, mas que não há justificativa para fazer estudo de viabilidade em regiões descartadas em análises preliminares. “A Aeronáutica já fez esse estudo e não fala em Eldorado, porque a cidade não tem condições de abrigar o aeroporto, a menos que feche o Salgado Filho. O Estado não tem como dispender custos em um estudo para um projeto já inviabilizado de cara”.
Fonte: Jornal do Comércio
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