Com medo de manchar imagem da Copa, Fifa quer Marin fora do COL

José Maria Marin sofre pressão pelo vínculo com o governo militar e a morte de Vladimir Herzog 

Crédito: Rafael Ribeiro / CBF

09/04/2013

Entidade  já teria tomado decisão e informado ao governo brasileiro que não quer presidente da CBF na organização do Mundial

De acordo com reportagem desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo, a Fifa quer tirar o presidente da CBF, José Maria Marin, do comando do Comitê Organizador Local (COL), responsável pela organização da Copa do Mundo de 2014. A decisão já estaria tomada e a entidade teria informado o governo brasileiro há duas semanas.

Marin sofre pressão desde que assumiu a Confederação Brasileira de Futebol, no lugar de Ricardo Teixeira. Ele é acusado de ter colaborado com a ditadura militar e de ter sido um dos responsáveis pelo assassinato do jornalista Vladimir Herzog, acusado de ser membro do Partido Comunista. O vínculo com os "anos de chumbo" desagrada tanto a presidente Dilma Rousseff, quanto ao deputado federal Romário, que já entregou um abaixo-assinado com milhares de assinaturas pedindo a saída do dirigente da CBF. Além disso, algumas críticas de Marin ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, vazaram recentemente na internet e abalaram a relação com o político do PCdoB.

A Fifa teme que a má imagem de Marin prejudique a Copa do Mundo. O presidente Joseph Blatter teria preferência por um ex-atleta que tenha boa imagem no exterior, como ocorreu nos mundiais de 1998, com Michel Platini na França, e 2006, com Franz Beckenbauer na Alemanha. No Brasil, os favoritos seriam Ronaldo, membro do COL, e o próprio Leonardo, diretor do Paris Saint-Germain. 

Uma vez fora do COL (braço político e financeiro da Fifa), Marin ficaria isolado no comando da CBF, sem participação na organização da Copa do Mundo. Além disso, ele sofre com a oposição de Andrés Sanchez, que tem o apoio declarado de Ronaldo para assumir a presidência nas eleições de 2014.

Fonte: Placar