Por Zeforni
Sediar um evento como a Copa do Mundo deve ser motivo de orgulho e esperança de projeção internacional, especialmente para as cidades-sedes.
A FIFA, por diversas razões e, dentre elas a segurança e efetividade da realização dos jogos, impõe obrigações aos países e cidades candidatos: infraestrutura viária, segurança, estrutura especial dos estádios, etc, o que não poderia ser diferente já que milhares de pessoas de diferentes países e culturas vão estar circulando por aqueles espaços.
Sou cidadão de Porto Alegre, RS e não quero minha cidade e seus costumes, traduzidos em dispositivos legais, modificados somente e exclusivamente durante esse evento.
A mim não interessa se a FIFA tem que cumprir contrato com o patrocínio de uma marca de bebida alcoólica. Aqui em Porto Alegre é proibida a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol. E por bons e óbvios motivos.
Flexibilizar isso, além de atestar a subserviência do legislativo gaúcho aos interesses econômicos de uma empresa, abre precedente perigoso. E disso estamos fartos.
Por outro lado, como o estádio do Beira-Rio do Internacional, atualmente o único em condições de acolher jogos, deve passar por remodelação, existe pressão para que o clube assuma compromissos absurdos com empreiteira, para "garantir" que vá fazer as adequações necessárias. Esse é um papel que a FIFA não deveria ter. Dá sinais de instituição não democrática e cerceadora. Será que para jogos nos países islâmicos vai querer proibir o hejab? Como exemplo atual, o caso das vuvuzelas.
Como disse, que esse evento traga e faça minha cidade agregar qualidade de vida para o presente e futuro. Que toda e qualquer estrutura seja eficaz por um longo período e para todas as pessoas, gostem ou não de futebol afinal, a cidade continua e nossa vida deve ser melhorada.
Não podemos assumir dívidas eticamente impagáveis em nome de uma "maquiagem midiática" que acaba logo após a entrega da taça ao campeão.
Maturidade é dizer não as propostas indecorosas dos "vendilhões do templo".
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