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TAÇA DA COPA CHEGA A MOSCOU COM ELOGIO DE MATTHÄUS AO BRASIL

O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin (à esquerda), e o ex-jogador alemão Lothar Matthäus 
com o troféu da Copa - Kirill Zykov / AP

03/06/2018

Campeão mundial pela Alemanha em 1990 levantou taça em evento no centro de Moscou
   
 MOSCOU — A Rússia, enfim, vive o clima de Copa do Mundo. Depois de uma turnê pelo planeta, a taça do Mundial chegou à capital Moscou neste domingo e foi apresentada ao público em um palco montado na Praça Manege, nos arredores do Kremlin e da Praça Vermelha. O evento teve a presença do prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, do diretor-executivo do Comitê Organizador da Copa, Alexei Sorokin, e do alemão Lothar Matthäus, campeão mundial em 1990 pela Alemanha.

Bastante animado, Matthäus empolgou as cerca de 200 pessoas que se aglomeraram ao redor do palco no ensolarado início de tarde em Moscou, que registrou temperatura de 24°C neste domingo. O ex-jogador alemão foi o responsável por retirar a cobertura da taça, para exibi-la ao público, e também reproduziu o gesto de levantar o troféu, que só será repetido no dia 15 de julho, no estádio Lujniki, palco da final da Copa, por um dos capitães das 32 seleções participantes.

O público, inicialmente tímido, vibrou a pedido de Matthäus, que gesticulava e sorria bastante em cima do palco. Quando o alemão levantou a taça, um mar de celulares se ergueu em meio à chuva de papel picado lançada sobre a Praça Manege. O evento foi organizado por uma marca de refrigerantes que patrocina a Copa do Mundo. Depois de animar a multidão, Matthäus pareceu querer empolgar a torcida brasileira: colocou a seleção de Tite entre suas favoritas ao título, ao lado de Alemanha e Espanha.

— O time era extremamente dependente de Neymar há quatro anos. Hoje não vejo isso. Tornou-se uma equipe mais organizada com o novo treinador (Tite), e por isso digo que o Brasil é um dos favoritos. É com certeza uma seleção muito mais forte do que em 2014 — afirmou Matthäus, que reagiu com bom-humor ao ser perguntado pelo GLOBO se a Alemanha também é mais forte:

A exibição da taça da Copa começou a registrar uma aglomeração por volta das 11h de Moscou (5h no horário de Brasília), mas não tinha status de "favorita" entre os russos. Era visível, a olho nu, que outro evento a poucos metros de distância atraía mais pessoas: o Festival do Livro da Praça Vermelha, que neste ano comemora 150 anos do nascimento do escritor russo Máximo Gorky, autor de "Os Vagabundos". Enquanto o evento para a chegada da taça tinha acesso tranquilo, os aparelhos de raio-X na entrada da feira do livro registravam filas debaixo do sol de verão moscovita.

Enquanto a taça da Copa chegava na Praça Manege, russos faziam fila para entrar 
em feira do livro na Praça Vermelha - Bernardo Mello

— Os russos são mais ligados na parte cultural, nos livros, do que na taça da Copa - ponderou o brasileiro Victor Gers Jr., engenheiro na fábrica da Peugeot-Citröen em Kaluga, cidade a 170km de Moscou. — Mas quando os jogos começarem a ser transmitidos, vão dedicar mais atenção ao futebol. Eles têm uma expectativa grande para esse tipo de evento. Os russos são que nem os brasileiros, só que vivem numa terra gelada.

Descendente de russos, Victor saiu do bairro paulistano de Vila Zelina, conhecido como "Leste Europeu de São Paulo", para morar e trabalhar na Rússia desde o ano passado. Aproveitou a folga no fim de semana para sair de Kaluga e vir a Moscou para passear e retirar seus ingressos da Copa — comprou bilhetes para Senegal x Japão, pelo Grupo H, em Ecaterimburgo. A seleção africana se hospedará justamente em Kaluga, a cidade de Victor, durante o Mundial. E o brasileiro garante que seus 350 mil habitantes se animaram com a proximidade da Copa.

— Desde o lançamento do relógio da Copa no ano passado, aqui na Praça Manege, percebo que a ansiedade dos russos cresce cada vez mais. As coisas estão mudando, há uma preocupação maior com infraestrutura. Também percebi, desde o dia 1° de junho, que o policiamento aumentou bastante nas ruas.

Victor Gers Jr., brasileiro descendente de russos, acompanhou a chegada da taça da 
Copa do Mundo a Moscou - Bernardo Mello
Fonte: O Globo

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