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Dunga celebra vitória expressiva sobre a França: “Deu gostinho”

27/03/2015

Após superar rival em Paris, técnico diz que sentimento não é de vingança: “O que passou, passou”. Brasil volta a campo no domingo para encarar o Chile, em Londres

Dunga fala do sentimento após a vitória sobre 
a França nesta quinta-feira (Foto: Richard Souza)
Dezessete anos depois, Dunga voltou a defender a seleção brasileira no Stade de France. Agora como treinador. Viu novamente um time fazer três gols e vencer, mas desta vez foi o dele. Nesta quinta-feira, o Brasil derrotou a França em Paris por 3 a 1 (veja os gols no vídeo abaixo), de virada, com gols de Oscar, Neymar e Luiz Gustavo. Varane marcou para os franceses. Não valeu título, muito menos uma Copa do Mundo como em 1998, mas lavou a alma. No mesmo palco lotado, em que antes de a bola rolar alguns dos algozes de Dunga foram homenageados, a Seleção conquista uma vitória saborosa. O gosto é de vingança, sim, mas Dunga preferiu minimizar a revanche. 

- Deu gostinho porque temos que ganhar dentro da Seleção, vencer, fazer um bom jogo. A equipe se comportou bem, saiu compacta, trabalhou bem a bola. Nada é perfeito. Fizemos faltas que poderíamos ter evitado, sabendo que a França é muito forte na bola aérea. A equipe voltou a ter equilíbrio. Em termos de grupo, os jogadores que entraram com cinco, 10, 15 minutos, entraram com sorriso de representar a seleção brasileira.

Dunga também tinha um sorriso no rosto. Mas contido. Disse que não usou a atmosfera que cercou o jogo na preparação do time, mas deixou claro que o resultado precisa ser celebrado.

- Era um jogo, nós tínhamos de ganhar, sempre é difícil jogar contra a França. Futebol se ganha e se perde. Sempre é bom ganhar de um adversário forte. Sem dúvida nenhuma. Era um jogo superdifícil. Pela França e porque há três meses não estávamos juntos. Tivemos um dia de treinamento.

"Tem que dar confiança aos jogadores. Foram muito criticados depois da Copa, agora que estão no caminho, buscando equilíbrio, principalmente hoje, quando saímos atrás no placar. Tem que dar sequência" Dunga
Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

Qual o percentual da base da Copa América definido?
Tem que dar confiança aos jogadores. Foram muito criticados depois da Copa, agora que estão no caminho, buscando equilíbrio, principalmente hoje, quando saímos atrás no placar. Tem que dar sequência. Deixei hoje mais tempo os jogadores, como vamos ter só dois dias até o próximo jogo vou mudar bastante. Em linhas gerais, na Seleção você traz o jogador e não coloca para jogar. Não sabe se ele vai corresponder. Vamos correr sempre o risco, tem que colocar, nós confiamos nele. Não tenho porcentagem. A convocação é para esses dois jogos. A cada dia e a cada treino vamos observando os jogadores. O campo é importante, mas o comportamento fora também é. Não que tenha que ser santinho, mas tem que esperar a sua vez. Vamos observando tudo isso.

Firmino era o atacante procurado?
São os jogadores que estão fazendo em campo e mostrando o seu valor. Ter Firmino e outros jogadores é bom. Lógico que é um trabalho de dedicação de toda uma equipe. Estamos apenas no caminho.

A bola aérea é um problema?
Bola aérea não é um defeito da Seleção. É que a França é boa para caramba na bola aérea. Nós somos também, já que fizemos um gol na França.

Chile é um dos favoritos na Copa América?
Acho que mais do que jogar em casa é o fato de ter feito uma ótima Copa do Mundo. Isso coloca por direito seus jogadores entre os favoritos. O Chile tem um futebol ofensivo. Jogava realmente com três atacantes na frente na Copa.

O que vai mudar para o jogo contra o Chile?
Ainda não pensamos em nomes. Vamos ver quem está mais ou menos desgastado. Vamos manter uma base e vai mudar um pouquinho pela característica dos jogadores.

Jefferson consolidado como titular?
Seleção não pode ter um titular. Tem que ter confiança, se não jogar um jogo ou outro. Infelizmente só 11 jogam.

Dunga incentiva os jogadores durante o confronto contra a França, 
no Stade de France (Foto: Agência Reutes)

Usou o clima de 98 para motivar os jogadores?
Não. Vocês tem que entender que o que passou, passou. Se você cria além do necessário acaba atrapalhando. O jogo por si já não precisa dizer muita coisa. E você dá uma carga maior que é necessária, acaba tendo um efeito contrário. Tem que transmitir tranquilidade e ser o mais tranquilo possível. 

Medida da vitória

O que tenho conversado muito com jogadores é que se está aqui, é porque tem capacidade. Hoje mesmo li uma reportagem dizendo que o Brasil não tem mais jogadores. Temos três zagueiros na França, entre os melhores do mundo. Como não temos? No próximo jogo, quem entrar vai ter a responsabilidade de ganhar. Temos de saber jogar com essa pressão. 

A seleção brasileira volta a jogar no próximo domingo, contra o Chile, em Londres. A delegação deixa Paris ruma a Inglaterra na noite desta sexta-feira. O duelo diante dos rivais sul-americanos será transmitido ao vivo pela TV Globo, Sportv e GloboEsporte.com. O site também acompanha a partida em Tempo Real.



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