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Expectativas da Copa de 2014

10/06/2011

Por: Alcyr Veras

Crescem, a cada dia, nas cidades brasileiras escolhidas para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, grandes expectativas, as quais vão desde o cumprimento dos prazos para a construção dos novos estádios de futebol; a adequação da malha urbana visando a remoção de gargalos e abertura de novas vias de acesso para evitar o congestionamento do tráfego; os novos empreendimentos da iniciativa privada que certamente serão atraídos, cuja instalação dependerá da infraestrutura local. Há ainda que levar em conta a demanda por mão de obra especializada, tanto na construção civil como em setores específicos que exigem elevado nível de qualificação profissional.

Esse variado elenco de preocupações depende, essencialmente, de três fatores fundamentais: da disponibilidade de recursos financeiros do Governo, bem como quanto à pontualidade sobre a liberação das verbas; a efetiva realização dos investimentos assumidos pela iniciativa privada, inclusive as PPPs (parcerias-público-privadas); e o sagrado cumprimento dos prazos dos cronogramas de obras e serviços. Ou seja, essas cidades terão pela frente o grande desafio de administrar, concomitantemente, o tempo e o dinheiro. Passa a ser uma frenética corrida contra o relógio. Isso requer, sobretudo, a adoção de um competente sistema de gestão com metas e prioridades bem definidas. Em Natal, as obras estão com o calendário em atraso.

Segundo especialistas, a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, do ponto de vista global, vai trazer muito mais vantagens do que desvantagens. Os benefícios, entretanto, não serão unicamente provenientes da construção dos estádios de futebol. As estimativas indicam que serão criados 710 mil novos empregos (330 mil permanentes) relacionados com a construção da infraestrutura, comércio e diversas modalidades de serviços. As projeções, porém, fazem um alerta sobre os problemas que podem ser causados pelo desaparelhamento da infraestrutura, cujas obras requerem recursos da ordem de 38,51 bilhões de reais, grande parte desse montante será destinada à modernização dos aeroportos e dos transportes públicos.

Está também previsto o reaparelhamento dos portos para receber turistas de cruzeiros marítimos. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) investirá 740 milhões de reais para a construção de terminais de passageiros nos portos do Recife, Natal, Fortaleza, Salvador, Manaus, Vitória, Rio de Janeiro e Santos. Há necessidade de expansão, também, no setor hoteleiro, mas este é o único segmento que, até o momento, não dispõe de previsão de apoio financeiro do Governo. Nesse caso, a iniciativa privada vai ter que "coser o tecido com suas próprias linhas".

A Copa do Mundo é o maior evento esportivo do planeta que mobiliza o maior volume de dinheiro. Os valores e os números impressionam. Devem circular na economia, entre recursos investidos e gerados, cerca de 183 bilhões de reais em atividades diretas e indiretas. Estima-se que 3.1 milhões de turistas brasileiros e 600 mil visitantes estrangeiros estarão em trânsito pelo Brasil durante os meses do Mundial de 2014, o que muito contribuirá para o aquecimento da economia. É claro que, eventualmente, poderão existir algumas expectativas de incertezas, posto que em toda e qualquer atividade onde há aplicação de investimentos financeiros, há a probabilidade de riscos, por menores que sejam.

Se os principais objetivos da Copa do Mundo de 2014 forem alcançados, o Brasil terá superado o atraso histórico em que vive mergulhada sua infraestrutura e poderá contar com reflexos positivos em diversos setores da economia e da sociedade.

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