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Saiba o que pensaram sobre o Mundial de 2014 os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul

Educação a Distância





Por Cláudia Aragón

Na semana que antecedeu as eleições, o blog Porto Alegre no Mundial, procurou todos os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul para saber o que eles pensam sobre o Mundial de 2014 e o que pretendem fazer pelo evento no Estado. Para todos eles, as obras de infraestrutura são o maior legado do campeonato – desde que, como cita um dos concorrentes, não haja superfaturamento. Independentemente de quem for eleito, a promessa é que haja maior investimento no turismo e na segurança. Após inúmeras tentativas, o único candidato que não respondeu à solicitação foi Humberto Carvalho, do PCB.

Yeda Cruisius (PSDB)

A Copa é uma referência no tempo para todos os investimentos que Porto Alegre precisa para voltar a ter os melhores indicadores de qualidade de vida do país, pois perdemos alguns. O evento foca a infraestrutura e permite que a região metropolitana priorize investimentos na saúde e na segurança, que já é exemplar, além de preparar o turismo. O mais importante é que vamos modificar o porto de Porto Alegre, com um concurso internacional. A Fifa reconhece isso e 26 municípios estão pré-credenciados para trazer os treinos de alguma delegação. Somos o único estado do Brasil com dois estádios nos padrões Fifa. A Secretaria Extraordinária da Copa vai trazer a harmonia do diálogo com as prefeituras. Temos uma Secretaria da Transparência e as duas, juntas, vão nos permitir realizar obras com segurança jurídica modelar, através de parcerias ou com dinheiro do Estado.

José Fogaça (PMDB)

A Copa de 2014 representa para Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul nossa inserção em um evento de proporções planetárias. O mundo inteiro acompanha a Copa do Mundo. A cultura, os costumes, as características do povo, suas cidades, suas paisagens se tornam conhecidas por milhões de pessoas. Por isso, empreendemos os esforços que estamos empreendendo. Em Porto Alegre, as obras para os estádios não terão dinheiro público. As obras de mobilidade e infraestrutura turística constituirão um avanço equivalente a 20 anos, feito em apenas três. É um grande esforço, mas essas obras melhoram a vida de todos e ficam como legado para as novas gerações. É uma janela para o desenvolvimento. Não devemos perdê-la ou deixá-la passar.

Há obras de infraestrutura e mobilidade urbana em Porto Alegre que já formulei e agora o Prefeito Fortunati vai implementar. São obras socioambientais, de saneamento e tratamento de esgoto, são duplicações de grandes avenidas, melhorias no transporte público, enfim, são projetos em andamento e que estão acontecendo em nível municipal. Tive um grande protagonismo em relação a eles. Agora me volto para o Estado. Preparar a Brigada Militar e a Polícia Civil para um novo patamar de qualidade em segurança pública, formar mão de obra para o turismo e para o voluntariado, realizar obras de infraestrutura turística na Região Metropolitana e nas regiões de características étnicas e culturais típicas do Rio Grande do Sul é nosso projeto.

Pedro Ruas (PSOL)

A importância da Copa do Mundo é a possibilidade de haver mudanças positivas para o povo. Uma delas seria o metrô, que aparentemente não vai sair, o que lamento muito. Por outro lado, as obras têm que ter um caráter permanentemente, para não cair na armadilha dos jogos Pan-americanos (2007), que teve especulação imobiliária. Lá não ficou nada de positivo em termos de urbanização, transporte coletivo e saneamento. Aqui tem que ficar. Eu daria ênfase a obras que tivessem essa característica de mudar a vida para melhor: infraestrutura e saneamento. Como é obra “enterrada”, os políticos não gostam, porque não aparece muito. Quanto melhores as condições de saneamento, menor o índice de mortalidade infantil. E o inverso, terrivelmente, é verdadeiro. É preciso ter condições de saneamento em Cachoeirinha, Viamão e Alvorada, com melhorias no tratamento de esgoto e na rede de água. Nem precisaria acontecer em função da Copa do Mundo, mas vamos aproveitar este mote.

Julio Flores (PSTU)

Do mesmo modo que mexeu com a África do Sul, a Copa do Mundo vai mexer com os estados brasileiros. Do nosso ponto de vista, o que vai se gastar com a copa é um absurdo. A gente poderia resolver vários problemas da saúde e da educação do nosso povo. Por outro lado, nossa proposta é que as obras de infraestrutura sejam permanentes, que sirvam à população depois, como o metrô. Que elas sejam feitas diretamente pelo estado, sem intermediação de empreiteiras, contratando trabalhadores e garantindo direitos trabalhistas, sem nenhuma exploração. Diferente do que está sendo feito agora. As grandes empreiteiras estão de olho na Copa. Vai haver muito dinheiro, muita corrupção, muito desvio de recursos públicos. É preciso que haja a fiscalização do movimento social, dos trabalhadores, para que os grandes empresários tenham sua ganância colocada sob limites.

Carlos Schneider (PMN)

A Copa de 2014 é um grande evento esportivo, que terá repercussão mundial. Como postulantes a cargos políticos, nós vamos dar todo o embasamento para que o Brasil possa alocá-la e para que o mundo assista aos jogos com toda a tecnologia necessária. Eu não faria qualquer tipo de obra desnecessária. As obras devem ser pontos de partida para a infraestrutura e a segurança, como os portais de informação, que devem ser contínuos. Não podem ser eventos pontuais, como aconteceu na África do Sul, que não trouxeram benefícios pós Copa do Mundo. No nosso planejamento, queremos modernização viária e de segurança convergindo para o estado. Que o Rio Grande do Sul seja considerado um território seguro e que o turismo ecológico e cultural sejam fontes de receita.

Aroldo Medina (PRP)

A Copa de 2014 é uma grande oportunidade de atração de novos investimentos e de geração de empregos, especialmente na área do turismo, com ênfase na modernização das estações rodoviárias do estado, que são obsoletas e estão abandonadas. No meu programa de governo, também enfatizamos a modernização dos aeroportos gaúchos, que foram esquecidos pelo governo nos últimos anos, começando pelo Salgado Filho. Há um mês, faltou energia elétrica no local. É um absurdo que não se tenha uma fonte de energia autônoma. Também tem a questão do policiamento, que precisa ser melhorado. Quero ampliar a parceria do governo com a hotelaria, para suprir a ausência de jovens nesses cursos e nos de gastronomia. E faço um alerta: a gente não pode permitir que aconteça o que aconteceu nos jogos Panamericanos do Rio, com várias obras em processo de intervenção. No primeiro dia de governo, quero fortalecer uma comissão exclusiva para observar a infraestrutura do estado voltada para a Copa, com a qualificação dos policiais.

Defendo um centro de instrução policial voltado para a Copa, onde eles receberiam treinamento para atender o turista e seriam habilitados para falar outros idiomas. Existe uma polêmica de que a prefeitura de Porto Alegre vai obrigar os motoristas de táxi fazerem cursos de idiomas. Eu pretendo que a participação seja voluntária. Tenho alertado que haverá superfaturamento e tentativas de fraude nessas obras públicas, porque o estado não está organizado para fazer tantas obras em tão pouco tempo. É proposital fazer na última hora, com superfaturamento. Defendo que os processos de licitação tenham participação das unidades de Engenharia Militar de Construção do Exército Brasileiro. Existem batalhões no Brasil qualificados para fazer qualquer obra pública com qualidade e dentro do prazo estabelecido.


Montserrat Martins (PV)

A Copa do Mundo de 2014 representa para o Rio Grande do Sul uma excelente oportunidade de aquecer a economia e também servirá para realizar obras de infraestrutura, que possam melhorar a vida da população, principalmente após a realização do torneio. Entendemos que, além das medidas já tomadas, devem ser feitos alguns acréscimos. Devemos procurar incentivar e atrair os turistas que vierem para o estado, para que não fiquem restritos apenas à Região Metropolitana de Porto Alegre. Temos que incentivar o turismo para outras áreas com potencial turístico, como, por exemplo, a região da Serra, as Missões, e o turismo rural da Metade Sul, envolvendo o Rio Grande do Sul como um todo na Copa. Também devemos aproveitar a visibilidade da Copa do Mundo para atrair investimentos para a infraestrutura. Um exemplo é o estímulo às concessões que melhorem as malhas ferroviária e hidroviária gaúchas, o que possibilitará a melhoria da nossa logística. A Copa de 2014 deve ser um mote para a atração dessas parcerias, principalmente as internacionais, permitindo a modificação do modal de transporte, que é a nossa principal deficiência.

Tarso Genro (PT)

A realização da Copa de 2014 no Brasil foi uma grande conquista articulada pelo governo Lula que fará com que os olhares e investimentos do mundo sejam canalizados para o país. A inclusão do estado no calendário de jogos trará também inúmeros investimentos em infraestrutura, através do PAC da Copa, que permanecerão no estado após a realização do evento, trazendo qualidade de vida para a população gaúcha. Será também um grande impulso para o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande, com o fortalecimento dos diversos setores econômicos (comércio, o turismo e sua cadeia, os serviços), com a geração de trabalho e renda para os gaúchos e gaúchas, com incentivo ao esporte e a cultura local. Além disso, será um momento importantíssimo de intercâmbio e diálogo com o mundo inteiro, fortalecendo as relações internacionais do país e do estado. Queremos dar continuidade às ações em andamento e apoiar a Prefeitura de Porto Alegre na realização das obras na capital, como a ampliação do aeroporto Salgado Filho, a duplicação e pavimentação de estradas, vias e acessos, a extensão do Trensurb, o monitoramento do trânsito, a reforma do Hospital de Pronto Socorro, a qualificação do saneamento, etc. Vamos organizar uma operação especial de segurança, articulando as diversas instâncias de poder para garantir a tranqüilidade dos atletas, equipes, turistas e população gaúcha. Pretendemos constituir, a partir do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social - RS, da Secretaria Especial da Copa e da sociedade civil, um comitê gestor com participação popular, para acompanhamento e fiscalização das obras, projetos e diretrizes da Copa do Mundo. Também vamos instituir um programa de qualificação técnica para as áreas de turismo e serviços, garantido mão de obra preparada para ocupar os diversos postos de trabalho que serão criados no período.


Cláudia Aragón

Porto-alegrense, jornalista e colorada. Com marido e filhos gremistas, vive o Gre-Nal dentro de casa. Escreveu Os Endereços Curiosos de Porto Alegre e é colunista da Bandnews FM.


Blog Porto Alegre no Mundial - De Olho em 2014 Terra

Um comentário:

  1. A proposta da Cláudia (já conhecia ela do blog salada pronta) foi muito boa. Expor algo tão recente aos candidatos que concluirão essa corrida de construção na infraestrutura da capital!
    Como falei no blog do Terra, acho que todos foram genéricos, o único que não seguiu foi o Montserra (PV), que não falou em sustentabilidade como plano de eleição e falou em turismo ao estado inteiro, não apenas concentrado na capital!

    Muito bom mesmo!

    Abraço!

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