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Copa 2014: Mais um gol da Copa com o Programa de Gestão de Resíduos

© Getty Images

27/07/2014

Cerca de uma hora após o término da final da Copa do Mundo da FIFA, a Alemanha ainda comemorava a conquista de seu quarto título mundial nos vestiários do Maracanã. Não muito longe dali – nos corredores de acesso às arquibancadas e em toda a área externa do estádio –, uma megaoperação com catadores de materiais recicláveis era organizada para dar conta da recuperação e separação dos resíduos deixados pelos mais de 74 mil torcedores que haviam assistido ao jogo.

O trabalho era intenso, mas em ritmo coordenado, e os cerca de quatro contêineres repletos de material reciclável para ser transportado era o sinal de que tudo havia corrido dentro do planejado – quer dizer, até melhor do que isso. É que no final, o total acumulado nos 64 jogos da Copa havia superado a estimativa inicial e alcançado mais de 416 toneladas, fazendo do Programa de Gestão de Resíduos idealizado pela FIFA, Coca-Cola e Comitê Organizador Local (COL) um enorme sucesso.

"Nossas experiências anteriores já mostraram quanto o gerenciamento de resíduos é um aspecto fundamental da sustentabilidade dentro das Copas do Mundo da FIFA. O fato de o governo brasileiro ter adotado recentemente políticas muito claras a respeito dos resíduos é algo que dá ainda mais importância para esse assunto em 2014", diz o diretor de responsabilidade social corporativa da FIFA, Federico Addiechi. "Estamos muito contentes com o que conseguimos, especialmente por termos conseguido trabalhar lado a lado com as cooperativas locais para fazer do evento algo mais sustentável."

A operação que se seguiu até o dia 17 pôs fim a quase dois meses de empenho de mais de 850 catadores recrutados e treinados pela Coca-Cola para atuar nos 12 estádios do Mundial. No geral, o projeto teve como foco as questões sociais e ambientais, atuando ao lado das 19 cooperativas locais em cada estado e seguindo à risca a Política Nacional de Resíduos Sólidos do governo brasileiro para um melhor aproveitamento do material reciclável. Isso sem falar na conscientização sobre a importância de evitar, reduzir e reaproveitar o lixo.

E para quem trabalhou no processo de coleta e separação, as boas condições e o legado deixado a cada uma dessas cooperativas – como o maquinário e uniformes utilizados, além do conhecimento técnico da operação – traziam a certeza de um duplo dever cumprido. “Estamos felizes da vida com o programa. Ele fez nossa auto-estima melhorar muito”, garante Claudete da Costa, presidente da Cooperativa Reciclando para Viver e que há 23 anos trabalha como catadora no Rio de Janeiro.

Foi só agora, no entanto, que ela ganhou um salário e os chamados EPIs (equipamentos de proteção individual), além de ter acompanhado de perto o transporte dos resíduos até sua cooperativa – onde foi realizada a segunda etapa da separação. “Sofremos muita discriminação, mas aqui tivemos boas condições para trabalhar. Tenho orgulho de dizer que sou catadora de material reciclável e que consegui sustentar meus dois filhos assim. E esse projeto é uma grande oportunidade para mostrar que podemos fazer tudo isso com dignidade. Tenho certeza que, a partir daqui, nossa classe vai prosperar”, completa.

Leonardo Abreu, técnico de logística do programa no Maracanã, era outro que se mostrava satisfeito com o andamento do trabalho. “Participar da Copa foi uma vitória para os catadores. Eles se organizaram, tiveram o apoio e responderam com todo esse empenho”, explica. “É algo que vai se perpetuar, porque agora as bases estão fortalecidas”, completa ele, que tinha como uma das funções coordenar catadores e voluntários e ainda comprovar a boa destinação dos resíduos segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Informação e instrução
Se o processo de triagem e transporte correu em perfeita harmonia, era porque, bem antes, muitos dos torcedores que compareceram aos 64 jogos haviam feito sua parte ao dividir e jogar os resíduos nos coletores apropriados que a Coca-Cola levou aos estádios. E, para que nenhuma garrafa PET, copo de plástico, papel ou embalagem reciclável fosse deixado nos coletores errados, voluntários do programa participavam de outra ação de sustentabilidade, dando dicas e incentivando a reciclagem não apenas dentro do estádio ou no dia dos jogos.

“Muitas pessoas vinham perguntar e buscar informação. Acho que, no geral, eles tiveram muito cuidado ao jogar o lixo que acumularam”, aponta Ana Beatriz Viana, estudante de Engenharia Ambiental. “Fizemos esta ação na Copa, mas pensando em levar a mensagem adiante, para toda a vida. Vimos que, do primeiro ao último jogo, as coisas melhoraram muito”, completa ela, destacando ainda a importância da imagem da mascote da Copa no programa. “Eles adoravam o Fuleco, queriam tirar fotos com ele e com a gente, então era mais uma forma de aderir à ideia.”

Foi uma Copa marcada por grandes jogos e muitos gols, mas na qual todos os envolvidos no Programa de Gestão de Resíduos saíram como grandes vencedores. E, no final, quem mais agradeceu mesmo foi o meio ambiente.

Fonte: FIFA


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