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Aposentado gaúcho chega à 20ª Copa e relembra o Mundial de 1950

Foto: Claudio Medaglia/Portal da Copa

30/05/2014 

Paulino Lazzaretti, de 88 anos, espera ver o Brasil vencendo o Uruguai na final

A caminho de sua 20ª Copa do Mundo e da segunda no Brasil, o comissário de bordo aposentado Paulino Lazzaretti, 88 anos, é uma testemunha saudosista de tempos nem tão felizes no cenário futebolístico brasileiro. Morando há três anos no Asilo Padre Cacique, em Porto Alegre, ele acompanha com expectativa a transformação no entorno do estádio Beira-Rio, onde serão realizados cinco jogos da Copa do Mundo.

Natural de Erechim, cerca de 400 quilômetros ao norte da capital gaúcha, ele vive em Porto Alegre há 65 anos. Em 1950, poucos dias antes de lamentar, diante do rádio na sala de casa, a derrota brasileira para a Celeste de Gigghia, ele assistiu ao vivo os impiedosos 4 x 1 aplicados pela antiga Iugoslávia sobre o México, no estádio dos Eucaliptos. "Não era a mesma emoção de torcer pelo Brasil, mas foi um bonito jogo de futebol", recorda.

A fala rápida e firme sinaliza a empolgação de Lazzaretti ao relembrar o passado. Viúvo há quase 19 anos, ele abre a carteira para mostrar a fotografia antiga da bela mulher, Norma. Sem parentes – a única filha, Rosane, morreu há oito meses –, o aposentado adora um passeio pelas redondezas ou pelos cafés do centro da cidade. E em suas andanças observa as obras espalhadas por todos os cantos.

Colorado, Lazzaretti conheceu o antigo Beira-Rio e agora vê, do outro lado da avenida, o surgimento de um novo Gigante. Mas a modernidade, segundo ele, cobra um preço. “Acho que o maior legado serão os investimentos futuros, conquistados com a exposição da cidade para o mundo”.

Da época da primeira Copa no Brasil, ele não esconde a saudade da rotina mais calma e tranquila da cidade. Também tem registrado na memória a escalação e a comissão técnica da Seleção Brasileira de 1950. E analisa o desempenho da equipe no torneio. "O Brasil goleava a todos, mas empatou em 2 x 2 com a Suíça. Aquele resultado foi um alerta de que não seria tão fácil. Na final, contra o Uruguai, entramos de salto alto, sem aquela gana nos olhos", avalia.

Mesmo tendo vivenciado – e comemorado – à distância as cinco conquistas da Seleção (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002), ele mantém a desconfiança em relação ao resultado da competição que está por começar. Aos jogos, ele irá assistir na companhia dos colegas do asilo, fundado em 1881 e que abriga 150 pessoas.

A exemplo de muitos brasileiros, Lazzaretti também dá sinais de que pretende exorcizar o fantasma do Maracanazzo. Para a final da Copa do Mundo, ele gostaria de ver frente a frente Brasil e Uruguai, reeditando 1950. E, desta vez, espera, vai dar Hexa.



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