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Atletas estrangeiros contam histórias da passagem por Porto Alegre durante o Mundial de Atletismo Master

Crédito: Camila Hermes
28/10/2013

O maior evento esportivo sediado em Porto Alegre nos últimos 50 anos chega ao fim neste domingo. Desde o dia 16, mais de 4 mil esportistas de 82 países estiveram na Capital para o Mundial de Atletismo Master. Zero Hora ouviu seis deles, de nacionalidades diferentes, que contaram como foram suas experiências e impressões da cidade que os acolheu nas últimas semanas.

Ana Vieira, Portugal, 45 anos

O que mais me impressionou em Porto Alegre foi o carinho do povo. As pessoas são muito receptivas com os portugueses, nos param na rua para conversar. São muito acolhedoras.

Vi muito da cidade desde o dia 13, quando chegamos. Nos perdemos para chegar ao Cete no primeiro dia e caminhamos bastante. Depois, corri várias vezes na Orla do Guaíba. Era engraçado reencontrar as pessoas caminhando e correndo, já que eu sempre treinava no mesmo horário, por volta das 9h.

Me impressionei com a quantidade de grades nas casas. Não senti insegurança que justificasse toda essa proteção. Por outro lado, vi que as famílias aproveitam esses pátios privados para confraternizar com amigos e família. Outro ponto que me impressionou foi a quantidade de gente que circula pelo Centro. Já fui a Nova York e o fluxo de gente parece o do Times Square. Não lembro de um local assim em Lisboa.
A comida aqui é extraordinária.

Já experimentei alguns doces, mas ainda não comi o churrasco. Estamos aqui para competir, precisamos tomar alguns cuidados com a alimentação.

Luis Santillán Ochoa, México, 62 anos

Infelizmente, saio de Porto Alegre com uma má lembrança. No domingo, fui com a minha mulher visitar o Mercado Público. Estava fechado. Passeamos ali por perto e dois homens nos atacaram. Tentaram tirar nossa carteira, a mochila. Só não levaram tudo porque eu segurei firme e eles perceberam que tinha gente em volta. Acabaram saindo correndo.

É o meu quinto Mundial e foi muito ruim a organização. Minha mulher ganhou medalha e orientaram ela a vir ao Cete para a cerimônia. Quando tudo estava pronto para a entrega das medalhas, cancelaram. Não sei por que, nem quando vai ser o pódio agora.

No domingo nós vamos para o Rio de Janeiro, passar alguns dias e conhecer. Já nos orientaram a levar a mochila na frente do corpo e tomar cuidado. Espero que lá seja melhor.

Alfred Burgos, Holanda, 54 anos

Vim para disputar os 400m com barreiras, 100m com barreiras, salto em distância e salto em altura. A rotina foi dura, mas consegui fazer pelo menos um passeio.

Chegamos à cidade no dia 14. Em meio às competições, tiramos um dia para ir a Guaíba. Pegamos o barco e fizemos um tour. O problema é que o guia não falava nada de inglês. Não entendemos nada. Um amigo brasileiro nos aconselhou a viajar a Gramado. Espero que a gente consiga ir neste final de semana.

O Mundial está bem organizado, mas falta um local que permita maior presença de público. As arquibancadas são pequenas no Cete (segundo a assessoria de imprensa do evento, o local pode receber até 3.500 pessoas). Nos dias mais quentes, as pessoas tinham de se aglomerar em pedaços da arquibancada que tinham sombra. Faltou um pouco mais de estrutura nessa questão.

Oscar Uzuca, Uruguai, 59 anos

Sou de Colônia de Sacramento, e essa foi minha primeira vez em Porto Alegre. Cheguei no dia 15 e gostei da cidade, achei muito bonita. Fizemos um passeio com o micro-ônibus da delegação uruguaia e conhecemos vários pontos mais turísticos. Como torcedor do Peñarol e apaixonado por futebol, achei muito interessante ver dois estádios grandes como a Arena do Grêmio e o Beira-Rio.

Saio chateado com o que aconteceu comigo na minha prova, dos 10.000m. Os juízes me sinalizaram que eu já tinha completado a prova e que eu parasse de correr. Depois, veio o resultado e dizia que eu não havia fechado a distância. Ficou faltando uma volta. Eu corri quase 10km, não ia ter fôlego para dar uma volta (400m)?

Hannelore Venn, Alemanha, 70 anos

Competi nos 100 e 200m. Na minha prova a organização estava boa, tudo foi feito no horário. Mas ouvi relatos de gente que reclamou.

Tivemos pouco tempo para conhecer outros lugares. Fomos a Novo Hamburgo. O Shopping Center de lá é grande, passeamos um pouco. O resto da cidade me pareceu igual à Alemanha. Em Porto Alegre, nos hospedamos no Centro e conseguimos caminhar por ali. Conhecemos o Mercado Público, achei bem interessante. Depois do Mundial vamos a Foz do Iguaçu para visitar as Cataratas.

Tiparia Tiu, Índia, 68 anos

Cheguei a Porto Alegre no dia 15. Desde o início me pareceu uma cidade muito bonita. Gostei das acomodações e da organização da competição. É meu segundo Mundial Master, fui a Sacramento (EUA) em 2011. O legal é que eu consegui dar uma passeada e conhecer outros lugares além das sedes da competição.

Eu acompanho futebol, gosto dos times europeus. Tive a oportunidade de ir ao Estádio Olímpico, que foi meu passeio preferido. Saio de Porto Alegre com ótimas lembranças, conquistei um grande resultado. Tenho orgulho do oitavo lugar que consegui nos 800m.

Fonte: Zero Hora

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