Aldo Rebelo participou de audiência pública na subcomissão permanente da Copa de 2014 do Senado
Os estádios construídos para a realização da Copa do Mundo de 2014 não se configuram como “elefantes brancos”, mas, sim, reúnem oportunidades de negócio e de geração de renda, na avaliação do ministro Aldo Rebelo. O titular da pasta do Esporte participou nesta manhã (13.08) de audiência pública na Subcomissão Permanente da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, presidida pelo senador Sérgio Souza (PMDB-PR). Para Aldo Rebelo, os contratos em discussão para utilização dos estádios após a Copa mostram que não são procedentes as críticas de gastos excessivos e de subutilização dessas arenas.
"A modernização da infraestrutura esportiva dos estádios já aponta seus resultados e eles são visíveis pelo aumento do público e da renda nessas arenas. Em Brasília, cuja arena era apontada como um dos elefantes brancos, um dos jornais da cidade já indica que o elefante é de ouro e a arena pode receber outros eventos que não o futebol, o que não seria possível na capital antes da arena. Em Natal, o espaço interno da Arena das Dunas está sendo negociado pelo melhor preço de Natal, porque uma parte da arquibancada será desativada e convertida em espaço comercial depois da Copa", afirmou o ministro.
Ele disse ainda que não há recursos do Orçamento da União nos estádios construídos ou reformados para a Copa, mas sim investimentos privados ou empréstimos que retornarão aos cofres públicos. Ressaltou também que os investimentos feitos até o momento são em infraestrutura de mobilidade urbana, que deveriam ser realizados com ou sem a Copa, sendo que o fato de o Brasil sediar o evento está antecipando ações necessárias para a melhoria das cidades.
"As obras de mobilidade urbana não constam dos encargos assumidos pela FIFA. A maioria está nos planos dos governos como antecipação das obras do PAC para facilitar a realização da Copa. É claro que, se nós queremos a Copa com mais conforto e com melhores condições de tráfego nas cidades, nós dependemos dessas obras, mas elas não são consideradas essenciais pela FIFA", explicou.
O ministro destacou as condições do país de realizar com sucesso a Copa do Mundo, por sua economia equilibrada e dinâmica, e por sua democracia consolidada. Conforme Aldo Rebelo, o país deve receber um grande número de turistas durante o evento, pois há grande curiosidade dos estrangeiros em conhecer o país, por causa, entre outros aspectos, de sua formação com base na miscigenação.
Ele ressaltou ainda o fato de a Copa do Mundo no Brasil ter como traço singular o fato de ocorrer num país que ajudou a dar universalidade ao futebol, presente e popular em todos os continentes. Ainda segundo o ministro, o evento tem o potencial de geração de 3,6 milhões de empregos no país, seja nas obras de infraestrutura que antecedem a Copa ou em atividades de turismo durante o evento. "É mais do que um Uruguai de empregos", disse.
Confira outras respostas do ministro do Esporte
Realização da Copa das Confederações
O Brasil organizou com sucesso um dos mais esperados eventos esportivos do planeta. E o fez ao mesmo tempo enfrentando o desafio de grandes manifestações de rua, que ocorreram nas grandes capitais e alcançaram com muita força as seis sedes do torneio. Não fui surpreendido pelo êxito da Copa das Confederações. Sempre julguei o Brasil capaz de organizar o evento, bem como a Copa do Mundo. Creio que, ao mesmo tempo em que se candidatou para acolher a Copa de 2014, é também verdade que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo. Uma das maiores economias do planeta, uma das mais equilibradas, uma das mais dinâmicas, um destino que desperta curiosidade, por suas virtudes e qualidades civilizatórias.
Oportunidade econômica
A Copa do Mundo vai muito além do significado esportivo. Trata-se de uma grande oportunidade de negócio para o país-sede. Uma empresa de consultoria norte-americana, a Ernest Young, publicou um trabalho, em cooperação com a Fundação Getúlio Vargas, analisando os impactos socioeconômicos do evento. Esse estudo revela que a Copa tem potencial de geração de 3,6 milhões de empregos, ou seja, a Copa pode gerar mais que um Uruguai de empregos no Brasil. Ainda segundo esse estudo, para cada real investido pelo setor público, a Copa gera R$ 3,4 de investimento do setor privado. O BNDES, por exemplo, colocou à disposição uma linha de financiamento para a rede hoteleira de quase R$ 1 bilhão e praticamente esgotou.
Resultados nos estádios
A modernização da infraestrutura esportiva dos estádios já aponta resultados e eles são visíveis pelo aumento do público e da renda nos jogos dessas arenas. Em Brasília, cuja arena era apontada como "elefante branco", um dos jornais da cidade já indica que o elefante é de ouro e a arena pode receber outros eventos que não o futebol, o que não seria possível na capital antes da arena. O espaço interno da Arena das Dunas, em Natal, está sendo negociado pelo melhor preço porque uma parte da arquibancada será desativada e convertida em espaço comercial depois da Copa.
Pessimismo de alguns
Um evento dessa magnitutde está sempre sujeito a críticas. Alguns criticam porque não gostam de futebol, outros porque têm avaliação pessimista da capacidade do país, outros por causa dos organizadores, outros porque acham que o país não é capaz de realizar um evento dessa magnitude. Para mim, a Copa é uma oportunidade de exibirmos nossas virtudes, capacidades, inteligência e uma grande oportunidade para superação das nossas mazelas. Os grandes desafios têm essse condão, de se apresentar para quem o enfrenta como a possibilidade de se superar nas qualidades e virtudes e de enfrentar as próprias deficiências.
Custos da Copa
Quais são os custos? A maior parte está relacionada com infraestrutura urbana. Ou seja, investimentos que seriam realizados com ou sem a Copa do Mundo. As obras viárias para facilitar o trânsito das nossas metrópoles também ocorreriam com Copa ou sem Copa. Nós criamos metrô, BRT, VLT, obras de acesso aos aeroportos, com Copa ou sem Copa. Não há como definir esses gastos como gastos da copa. Eles estão na Matriz de Responsabilidades com o objetivo generoso de realizar essas obras até a Copa e beneficiar as populações das sedes da Copa. Aquelas obras que não estiverem prontas para a Copa serão simplesmente retiradas da Matriz e terão prosseguimento normal.
Construção dos estádios
As obras dos estádios, que são privadas em alguns casos – casos de Atlético-PR, Corinthians e Internacional – tiveram acesso a empréstimos do BNDES de até R$ 400 milhões, mas nem o Inter nem o Atlético recorreram ao total. São empréstimos oferecidos mediante garantias que o banco exige dos tomadores em geral. Há também uma renúncia tributária do governo federal e, em alguns casos, renúncias tributárias locais. Não há dinheiro do orçamento federal para os estádios, há recursos indiretos, renúncia que o governo resolve aplicar levando em conta o interesse público, geração de emprego, de renda, de novos tributos.
Ritmo das obras
Nós temos condições de cumprir todos os prazos, mas o cumprimento dos prazos vai exigir um ritmo maior das obras em relação ao ritmo executado até o presente momento. Nós temos a ideia de que todos cumprirão os prazos, mas nós precisamos que haja uma intensificação do ritmo das obras para que o prazo de dezembro seja alcançado. Quando não se entrega no prazo, há um prejuízo na realização dos eventos-teste, porque os eventos que são realizdos antes na competição oficial é o que permite testar a infraestrutura, o acesso aos estádios, mobilidade, segurança, funcionamento dos equipamentos internos, acessibilidade. Tudo isso precisa passar por várias fases de testes.


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