Petição pede saída de Marin da CBF por ligação com a ditadura

Marin era filiado à Arena, partido que dava sustentação ao regime militar no Brasil / Crédito: Rafael Ribeiro / CBF

22/02/2013

Internautas não querem que "pessoa ligada à ditadura seja o embaixador do Brasil" na Copa 2014

Internautas encabeçados por Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, pretendem tirar José Maria Marin do posto mais alto do futebol brasileiro: a presidência da CBF. Com a justificativa de que o dirigente estava fortemente ligado à ditadura militar do país, regime que governou o país entre os anos de 1964 e 1985. No site Avaaz, Herzog cirou uma petição online que pretende juntar 50 mil apoiadores para pedir a saída do presidente da entidade que comanda o futebol brasileiro.

"Podemos impedir que uma pessoa ligada à ditadura seja o embaixador do Brasil no evento mais importante da sua história: A Copa do Mundo de 2014", diz o texto, que já colheu mais de 10 mil assinaturas até o fim da manhã desta sexta-feira. "Ter Marin a frente da CBF é como se a Alemanha tivesse permitido um membro do antigo partido nazista ter organizando a Copa de 2006", compara a petição, que pode ser assinada aqui.

José Maria Marin era deputado federal em 1975, quando ocupou a tribuna para pedir providências das autoridades em relação à atuação de supostos militantes de esquerda na TV Cultura, canal estatal mantido pelo governo do estado de São Paulo. Quinze dias após o discurso do hoje presidente da CBF, o jornalista Vladimir Herzog, que trabalhava no canal, foi preso no Departamento de Operações e Informações (DOI) e encontrado morto pouco depois.

Autoridades disseram que Herzog suicidou-se. Porém, peritos concluíram que ele foi assassinado, uma vez que não havia altura suficiente para ele ter se enforcado na cela.

"José Maria Marin tem sua vida ligada àqueles que sustentaram a ditadura brasileira. Fez discursos publicamente em favor do assassino, sequestrador e torturador Sérgio Fleury. Apoiou os movimentos que levaram a tortura, morte e desaparecimento de centenas de brasileiros", explica o texto na página da petição.

Fonte: PLACAR