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Brasil perde para a Alemanha em Stuttgart

Schweinsteiger comemora primeiro gol da Alemanha na partida para desepero do goleiro Julio César / Thomas Kienzle/AFP
Mano Menezes segue sem vencer um adversário de peso no cenário mundial e vê a pressão sobre seu cargo de técnico aumentar

10/08/2011
A seleção brasileira mais uma vez decepcionou. Nesta quarta-feira, novamente não conseguiu apresentar um bom futebol e perdeu por 3 a 2 para a Alemanha, em amistoso disputado em Stuttgart. Schweinsteiger, Götze e Schürrle marcaram para os alemães, enquanto Robinho e Neymar fizeram os gols do Brasil. Com mais um tropeço contra uma seleção tradicional, Mano Menezes segue sem vencer um adversário de peso no cenário mundial e vê a pressão sobre seu cargo de técnico aumentar.

Foi a 13ª partida da Seleção sob o comando de Mano. Em clássicos, foi derrotada para Argentina e França, ambos por 1 a 0, e empatou sem gols com a Holanda, além do revés de hoje para os alemães. Isso sem contar o fracasso na Copa América, competição na qual foi eliminada para o Paraguai nas quartas de final - errando as quatro penalidades que bateu na decisão por pênaltis. Nos outros nove jogos, contra adversários considerados mais fracos, o desempenho, pelo menos nos números, é bom: foram seis vitórias e três empates.

Além de continuar sem vencer as grandes seleções, Mano Menezes viu cair justamente sob seu comando um tabu contra a Alemenha. O Brasil não perdia para os alemães desde 1993, quando foi derrotado por 2 a 1 em amistoso. Em toda a história são 20 partidas, com 12 vitórias brasileiras, 4 alemãs e 5 empates, já considerando a partida desta quarta.

O jogo

A Seleção entrou em campo com uma nova formação nesta quarta. Sem poder contar com Lucas Leiva, que cumpria suspensão após ser expulso na partida contra o Paraguai, ainda pela Copa América, Mano optou pelo corintiano Ralf ao lado de Ramires no meio de campo. Outra mudança foi a escalação de Fernandinho, do Shakhtar Donestsk (UCR), no lugar de Ganso, que ficou no banco e só entrou na segunda etapa.

As mudanças, no entanto, não surtiram muito efeito, e os novatos pouco acrescentaram. A Seleção foi praticamente dominada pela Alemanha no primeiro tempo e, apesar de não ter passado sufoco, chegou a ter menos de 35% de posse de bola em determinado momento do jogo.

O trio de ataque formado por Robinho, Pato e Neymar mostrou mais entrosamento que nos jogos anteriores, mas ainda falta à equipe de Mano o tradicional camisa 10, responsável pela criação das jogadas perigosas. Pato teve uma boa oportunidade ainda nos primeiros minutos, e Neymar fez uma boa jogada que quase resultou em uma cabeçada de Robinho. Em jogada de bola parada, Daniel Alves obrigou Neuer a fazer uma difícil defesa. E foi só.

Do lado alemão, as oportunidades mais perigosas saíram dos pés de Kroos e Podolski. Os jovens Müller e Götze, principais promessas da equipe germânica, começaram o jogo de maneira discreta.

Segundo tempo agitado

Os gols da partida só saíram na segunda etapa. Logo no início, Ramires iniciou um contra ataque em velocidade, passou para Fernandinho, que viu Pato livre à direita da área. O atacante do Milan tentou encobrir Neuer, mas a bola saiu pela linha de fundo, na melhor chance de gol do jogo até então.

A Alemanha respondeu com um chute de fora da área de Lahm, que Julio Cesar quase deixou entrar, mas acabou defendo com o ombro depois que a bola pegou efeito. O time alemão mostrou em campo o talento que faltou à seleção brasileira na jogada que resultou no gol germânico. Klose recebeu um lançamento primoroso na linha de fundo, tocou de calcanhar para Schürrle, que lançou Kroos na área. O meia entrou driblando e foi derrubado por Lúcio, em pênalti que Schweinsteiger cobrou certeiro, sem chance para Julio César.

Seis minutos depois de abrir o placar, a seleção alemã fez uma pintura em Stuttgart. Müller deu início à jogada pela direita, que ainda teve direito a uma bela tabela entre Kroos e Klose, antes de Götze invadir a área livre, driblar Julio César e tocar para o gol vazio.

Em um segundo tempo muito mais emocionante que os 45 minutos iniciais, o Brasil diminuiu, também de pênalti. Lahm derrubou Daniel Alves na área, e Robinho cobrou bem a penalidade – de forma muito diferente que os quatro pênaltis perdidos contra o Paraguai na Copa América.

Mas a partida era mesmo dos alemães, que deram ao Brasil uma aula sobre como renovar sua equipe mesclando jovens talentos com experiência. Em sua pior atuação com a camisa amarelinha, André Santos conseguiu perder a bola dentro da área para Schweinsteiger duas vezes no mesmo lance. O meia alemão mostrou a garra que passou longe do time brasileiro e, depois de vencer o duelo com o lateral, tocou para Schürrle chutar forte e fazer o terceiro.

Desestruturado, o Brasil por pouco não sofreu mais um gol no fim do jogo, o que resultaria na primeira goleada sofrida por Mano à frente da Seleção. Para não deixar o placar final tão dilatado, Neymar mandou uma bomba de fora de área já nos acréscimos, e fez o segundo gol brasileiro, que deu números finais ao marcador.

FICHA TÉCNICA:

ALEMANHA (3): Neuer, Träsch, Hummels (Boateng, 41'/2°), Badstuber e Lahm; Schweinsteiger (Rolfes, 40'/2°T), Kroos, Götze (Cacau, 41'/2°T) e Müller; Podolski (Klose, no intervalo) e Mario Gómez (Schürrle, no intervalo). Técnico: Joachim Löw

BRASIL (2): Julio César, Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos (Luiz Gustavo, 40'/2°T); Ralf, Ramires e Fernandinho (Ganso, 23'/2°T); Robinho (Renato Augusto, 40'/2°T), Alexandre Pato (Fred, 31'/2°T) e Neymar. Técnico: Mano Menezes

Gols: Schweinsteiger, 15'/2ºT (1-0); Götze, 21'/2°T (2-0); Robinho, 26'/2°T (2-1); Schürrle, 31'/2°T (3-1); Neymar, 46'/2°T (3-2)
Cartões amarelos: Ganso (BRA)
Cartões vermelhos: Não houve
Estádio: Mercedes-Benz Arena, Stuttgart (ALE)
Data/hora: 10/8/2011 - 15h45 (de Brasília)
Árbitro: Viktor Kassai (HUN)

Band Esporte

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