Delegação brasileira desfilando no estádio Olímpico, do Grêmio, palco da abertura e do atletismo (Créditos: Acervo UFRGS)
Por Cláudia Aragón
Nem todo mundo sabe, mas Porto Alegre não é exatamente novata na organização de mega-eventos esportivos. Em 1963, a capital gaúcha recebeu a Universíade, que só perdia em importância para os Jogos Olímpicos. Organizado pela Fisu (Federação Internacional do Esporte Universitário), com sede na França, o evento trouxe para a cidade 700 atletas de 27 nações. Durante 10 dias, eles tomaram conta do estádio do Grêmio, do cais do Porto e dos clubes da cidade, onde disputaram 69 provas, em nove modalidades diferentes: atletismo, basquete, esgrima, ginástica artística, natação, pólo aquático, saltos ornamentais, tênis e vôlei.
Num tempo em que o esporte não movia a montanha de dinheiro que move hoje, as provas movimentaram a cidade e tiveram repercussão mundial. Cerca de 20 jornalistas brasileiros e estrangeiros ocuparam a sede que a agência France Press montou no Centro, para cobrir o evento. Longe dali, um conjunto habitacional de 450 apartamentos foi transformado em Vila Olímpica, alojando os atletas que vinham de outros países. E para os jogos de basquete, modalidade que tinha tantos ou mais fãs do que o vôlei tem hoje, construiu-se um ginásio de 10 mil lugares.
Conhecido como Ginásio da Brigada Militar, o prédio é bastante conhecido pela população, mas pouca gente conhece suas origens. Foi lá que o blog Porto Alegre na Copa conversou com o jornalista e educador físico Rodrigo Koch, autor do livro “Universíade 63: História e resultados dos Jogos Mundiais Universitários de Porto Alegre”. Leia, abaixo, alguns trechos da entrevista:
Porto Alegre em outros idiomas
Num tempo em que o esporte não movia a montanha de dinheiro que move hoje, as provas movimentaram a cidade e tiveram repercussão mundial. Cerca de 20 jornalistas brasileiros e estrangeiros ocuparam a sede que a agência France Press montou no Centro, para cobrir o evento. Longe dali, um conjunto habitacional de 450 apartamentos foi transformado em Vila Olímpica, alojando os atletas que vinham de outros países. E para os jogos de basquete, modalidade que tinha tantos ou mais fãs do que o vôlei tem hoje, construiu-se um ginásio de 10 mil lugares.
Conhecido como Ginásio da Brigada Militar, o prédio é bastante conhecido pela população, mas pouca gente conhece suas origens. Foi lá que o blog Porto Alegre na Copa conversou com o jornalista e educador físico Rodrigo Koch, autor do livro “Universíade 63: História e resultados dos Jogos Mundiais Universitários de Porto Alegre”. Leia, abaixo, alguns trechos da entrevista:
Porto Alegre em outros idiomas
A Universíade movimentou toda a cidade de Porto Alegre. Quem não tinha acesso às competições, dava um jeito de ter contato. Muitos moradores recepcionavam os atletas em suas casas para refeições. Principalmente os universitários, que faziam cursos de idiomas. As moças se ofereciam para trabalhar como intérpretes, o que funcionou bem. Falavam russo, italiano, francês, alemão...
Tragédia abafada
Tragédia abafada
Na inauguração do ginásio, morreu uma moça pisoteada, por causa da aglomeração de pessoas. Isso foi abafado pela imprensa.
Meio século depois, o Brasil volta à moda
Meio século depois, o Brasil volta à moda
Em 63, o Brasil aparecia para o mundo. Era a Bossa Nova, a construção de Brasília, o bi-campeonato mundial, com Garrincha e Pelé. E o basquete brasileiro tinha sido bi-campeão mundial também. Era um país alegre para o resto do mundo. E agora, está crescendo. Como em 63, o Brasil está na moda.
Legado
Legado
O legado da Universíade foi despertar valores de esporte no Rio Grande do Sul. Nós éramos mais poliesportivos em 63. Agora, estamos mais voltados para o futebol. O legado da Copa de 2014 para Porto Alegre será a possibilidade da cidade se candidatar a outros eventos esportivos. Não é sonhar demais ser sede do Mundial Interclubes. Depois dos jogos, teremos logística e estrutura para abrigar sete ou oito equipes de nível mundial, com dois estádios maravilhosos.
Nuzman na quadra
Nuzman na quadra
Naquela época, o vôlei era o que é hoje, o rugby – estava engatinhando para entrar na Olimpíada. Ele entrou nas Olimpíadas em 1964. E teve Porto Alegre como um grande laboratório. O [Carlos Artur] Nuzman [atual presidente do Comitê Olímpico Internacional] jogou na seleção brasileira de vôlei na Universíade”.
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