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ENTENDA O FENÔMENO DO ‘CANARINHO PISTOLA’, MASCOTE DA SELEÇÃO QUE BOMBA NAS REDES SOCIAIS



31/03/2018

Canarinho foi apresentado pela CBF há dois anos, em Natal, antes do duelo entre Brasil e Bolívia pelas eliminatórias da Copa de 2018

Bernardo Mello, da Agência O Globo

Não se engane com o nome “Canarinho”, que faz qualquer um pensar em docilidade e calmaria: o mascote da seleção brasileira tem se mostrado, na verdade, um especialista em agito. Com sua expressão “pistola”, uniforme amarelo de jogo e cerca de dois metros de altura, o mascote lançado pela CBF no fim de 2016 não demorou a virar fenômeno nas redes sociais e combustível para centenas de “memes”.

Os idealizadores do mascote comemoram agora o sucesso internacional do Canarinho, que levou seu cenho franzido e olhar irritado neste mês para a Praça Vermelha de Moscou e para o Portão de Brandenburgo, em Berlim, cidades em que a seleção brasileira passou nos amistosos contra Rússia e Alemanha.

No caso do Canarinho, o segredo faz parte da alma do negócio. A identidade da pessoa - ou das pessoas - por trás da máscara é assunto que a CBF desconversa. A tarefa não é para qualquer um: em suas ações na rua, o mascote costuma fazer embaixadinhas e interagir com crianças, tudo isso sem tirar a cabeça gigante. O xis da questão é justamente a expressão irritada, que poderia causar pavor principalmente nos mais novos, mas se mostrou a chave do sucesso.


No Twitter, internautas abriram vários perfis - alguns com apenas dezenas de seguidores, enquanto um deles chega a 16 mil - inspirados no mascote da seleção. E os nomes, como “Canarinho Bolado” e “Canarinho Putaço”, sempre fazem referência ao rosto tensionado do mascote. O diretor de Marketing da CBF, Gilberto Ratto, prefere usar o termo “enfezado”. 

- A imagem que buscamos transmitir é justamente a do torcedor da seleção: apaixonado por futebol, aguerrido, focado nos objetivos, mas tudo isso sem perder a ginga com a bola - explica Ratto, garantindo que o mascote seguirá “enfezado” até o fim da Copa do Mundo de 2018. - O foco total agora é no Mundial. Essa característica enfezada já está consagrada com nosso torcedor.

O Canarinho foi apresentado pela CBF há dois anos, em Natal, antes do duelo entre Brasil e Bolívia pelas eliminatórias da Copa de 2018. A princípio, foi recebido com desconfiança. A CBF chegou a desenvolver uma versão com rosto mais “light” para comparecer a escolas e demais ações sociais com crianças. No entanto, a imagem que pegou mesmo foi a do Canarinho “pistola”, gíria usada nas redes sociais para chamar alguém de “irritado” ou “nervoso”.

Os fãs do Canarinho costumam usar a imagem do mascote acompanhada de frases ou citações que remetem ao "futebol-raiz", como é definido hoje em dia qualquer ambiente ou período histórico de menor mercantilização do esporte. No imaginário desses torcedores, a falta de sorrisos no mascote funciona como imposição de respeito por parte da seleção. A despreocupação em vender uma imagem exageradamente simpática, por sua vez, reforça o caráter "autêntico" identificado no mascote.


Além de povoar o imaginário dos internautas, que produzem memes e mais memes baseados no Canarinho, o mascote virou uma espécie de talismã da seleção. Nos jogos, o Canarinho costuma se posicionar no corredor de acesso aos vestiários para cumprimentar os jogadores um por um na chegada ao estádio. Estes, por sua vez, têm mostrado cada vez mais empolgação com o mascote e adotaram essa saudação como mais uma de suas tradições pré-jogo, mesmo sem olhar quem está por trás da máscara.

- O Canarinho é muito popular com crianças e jovens, mas também apresenta uma sintonia muito grande com os adultos. Pessoas de todas as cidades estão admirando e se identificado com o mascote, o que contribuiu muito para esse sucesso - acredita Ratto.


Fonte: iBahia

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