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Copa das Confederações sorteia os grupos pela primeira vez sem o Brasil

Julio Baptista e Isinbayeva durante o ensaio do sorteio da Copa das Confederações 
Foto: Reprodução / Twitter

26/11/2016

Seleção só esteve ausente quando a competição ainda não era organizada pela Fifa, em 1993 e 1995. Rússia enfrenta atraso de estádios e acusações de corrupção

O sorteio da Copa das Confederações, neste sábado, às 13h (de Brasília) em Kazan, dá o pontapé inicial do ensaio geral para Copa do Mundo de 2018, mas, como o Brasil há quatro anos, a Rússia enfrenta muitos desafios, entre atrasos no estádios, acusações de corrupção e marasmo da seleção nacional. A oitava edição do torneio será a primeira sem a participação da seleção brasileira, quatro vezes campeã, em 1997, 2005, 2009 e 2013. A Fifa ainda não era organizadora em 1995 e 1993, quando a Argentina representou a Conmebol.

A 170 dias da competição, que começa no dia 17 de junho de 2017, as autoridades russas tentam convencer o mundo de que todos os prazos serão respeitados. Existe uma certa “maldição” em torno do torneio, já que o vencedor nunca conquistou o título mundial no ano seguinte.

No ano que vem, a Alemanha, campeã mundial em 2014, no Brasil, e a Rússia, classificada como país-sede, disputarão o troféu com os campeões das seis confederações continentais da Fifa: Portugal (Europa), México (América do Norte e Central), Chile (América do Sul), Austrália (que faz parte da Confederação Asiática) e Nova Zelândia (Oceania). O representante africano será definido no dia 5 de fevereiro, ao final da Copa Africana de Nações, no Gabão.

Por mais que seja apresentado muitas vezes como um mero torneio amistoso, a premiação é um atrativo para os participantes, com US$ 20 milhões (R$ 68,2 milhões na cotação atual) no total, sendo US$ 4,1 milhões (R$ 14 milhões) para o campeão e US$ 3,6 milhões (R$ 12,2 milhões) para o vice.

Para que seja um sucesso, porém, as quatro cidades-sede (Moscou, Sochi, Kazan e São Petersburgo) precisam estar preparadas. Em São Peterburgo, o estádio que deve receber a final, no dia 2 de julho, enfrenta problemas por causa do sistema de campo retrátil.

- O sistema funciona de forma instável e precisa ser reforçado - reconheceu o vice-primeiro ministro russo Vitali Mutko, prometendo que "soluções técnicas" serão encontradas.

- É uma história muito triste. Os construtores prometeram corrigir tudo até o fim do ano - lamentou por sua vez o presidente Vladimi Putin.

Na semana passada, o antigo vice-governador de São Petersburgo, Marat Oganesyan, foi preso por fraude envolvendo a empresa fornecedora do placar eletrônico do estádio.

Vladimir Putin, presidente da Rússia, ao lado de Gianni Infantino, presidente da Fifa (Foto: AFP)

Vexame no Catar

No ponto de vista esportivo, a Rússia também está longe de atravessar um bom momento. Depois de uma Eurocopa desastrosa, com eliminação na primeira fase e incidentes envolvendo torcedores violentos, a seleção local continua decepcionando.

A demissão do emblemático técnico Leonid Slutski depois do torneio continental não mudou muita coisa. No dia 10 de novembro, os russos deram vexame, com derrota por 2 a 1 para o Catar, país sede da Copa do Mundo de 2022, que ocupa apenas a 88ª posição no ranking da Fifa. O país até tentou naturalizar estrangeiros, como o goleiro brasileiro Guilherme, mas a seleção é apenas a 55ª colocada do ranking, entre Israel e Arábia Saudita.

No sorteio de sábado, a Rússia, como anfitriã, terá a vantagem de estar no pote dos favoritos, ao lado de Alemanha, Chile e Portugal, com Austrália, Nova Zelândia e o futuro campeão africano no segundo.

Sorteio acontece em Kazan (Foto: AFP)
As equipes serão divididas em duas chaves de quatro, com dois integrantes do primeiro pote em casa uma. Em teoria, duas seleções de uma mesma confederação não podem cair no mesmo grupo, mas essa regra não será respeitada desta vez, por conta da presença de três representantes europeus. Ou seja: existe a possibilidade de Alemanha e Portugal de Cristiano Ronaldo caírem na mesma chave.

Depois da fase de grupos, na qual as quatro equipes se enfrentam, ao longo de três rodadas, os dois primeiros colocados se enfrentam nas semifinais.

Quem controlará o destino das bolinhas será o secretário-geral adjunto da Fifa, o ex-craque croata Zvonimir Boban, que brilhou com a camisa do Milan na década de 90. O brasileiro Julio Baptista e a bicampeã olímpica Yelena Isinbayeva também farão parte da cerimônia.

Há quatro anos, em São Paulo, o sorteio foi comandado pelo francês Jerôme Valcke, ex secretário-geral da Fifa, demitido no início deste ano por conta de acusações de venda ilegal de ingressos durante a Copa do Mundo no Brasil.

Na ocasião, o sorteio foi marcado por uma confusão, com Valcke ficando contrariado após o renomado chefe paulista Alex Atala pegar uma bolinha no pote errado. 


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