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Estrelas de diversas modalidades prestigiam a passagem da chama pela capital gaúcha

07/07/2016

Porto Alegre recebeu a Tocha Olímpica com uma grande festa nos 15 quilômetros de percurso pela cidade

Futebol, golfe, natação, judô, esgrima, ginástica e vôlei foram apenas algumas das modalidades dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos representadas durante o revezamento da tocha em Porto Alegre na quinta-feira (7.7). Atletas do presente e do passado se emocionaram com a chama e dividiram o momento com milhares de pessoas ao longo de 15 quilômetros. A calorosa festa pelas ruas e parques foi suficiente para aquecer quem estava por perto.

Daiane dos Santos acende a Pira Olímpica em Porto Alegre: mais um momento 
inesquecível na vida de uma das maiores ginastas da história do Brasil. 
Foto: Francisco Medeiros/ME

Ponto de largada do revezamento dentro da cidade, o verde do Parcão, nome popular do Parque Moinhos de Vento, foi ofuscado pelo azul dos torcedores do Grêmio. Isso porque o técnico Roger Machado conduziu a chama saindo de lá. “Sendo o esportista que fui e trabalhando com esporte, isso me deixa muito lisonjeado”, diz. Recebido pelos gritos e animação da escolinha do time, Roger acredita que o grande legado desse momento para o país são os novos talentos. “As crianças representam a essência do espírito olímpico. Importante que já vivam isso desde agora”, finaliza.

Bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, 
o judoca Felipe Kitadai vive em Porto Alegre e 
se emocionou a conduzir a Tocha Olímpica. 
Foto: Francisco Medeiros/ME
Como não seria justo Grêmio sem Internacional, o revezamento também teve Gre-Nal, mas a torcida colorada estava bem longe dos gremistas, em casa, no estádio Beira-Rio. O ex-jogador Paulo César Tinga recebeu o fogo olímpico ouvindo os gritos de guerra dos torcedores e curiosos, bem em frente à arena que também recebeu jogos da Copa do Mundo FIFA 2014. “Conduzir a tocha e ainda na minha cidade, na minha casa, onde eu vivo e vivi as minhas maiores alegrias como jogador, é uma grande emoção”, comemora.

Antes do percurso pelo centro da cidade, a chama deu um pulinho no bairro São João, onde os atletas Felipe Kitadai e Graciele Hermann prestigiaram seu patrocinador e acenderam a chama. Bronze em Londres-2012, o judoca foi o primeiro condutor em Porto Alegre, cidade onde mora. O paulista disse estar com boas expectativas para os Jogos no Rio. “A gente sempre treina mirando o ouro. A equipe do judô está preparada, todo mundo tem chance de fazer uma grande Olimpíada no Brasil!”, assegura.

Felipe passou a chama para a nadadora Graciele, que disputará sua segunda olimpíada e já está convocando um apoio reforçado. “Conto com a torcida de todo mundo porque isso que vai dar o gás final na minha prova. Brasileiro é um povo quente, vamos juntos”, vibra.

Golfe nos Jogos

Considerada a melhor jogadora de golfe do país, Elizabeth Nickhorn conduziu a tocha olímpica e diz que foi o troféu que faltava. “Foi maravilhoso. Foi para coroar minha carreira de golfista”, comemora. A recordista mundial, com 13 participações no Troféu Espírito Santo e 15 vezes campeã brasileira, de 1967 a 1998, lamentou não ter podido participar dos Jogos. Mas deseja boa sorte para a nova geração. A ex-atleta recebeu a chama da jornalista esportiva e porto-alegrense Cristiane Dias no bairro Bom Fim.

Geração de ouro

Em 1992, nos Jogos de Barcelona, a equipe de vôlei masculino levou ouro histórico, se tornando a primeira geração dourada do vôlei nacional. Em 2016, Marcelo Negrão e Paulão se uniram novamente, mas agora com reforço das novas gerações para conduzir a tocha em Porto Alegre.

No grupo, o levantador Marlon, campeão mundial com a seleção em 2010, e os filhos de Paulão, Pedro e Pietra. Os cinco percorreram o parque Farroupilha, o mais tradicional e popular da cidade.

Campeão olímpico em Barcelona 1992 com a Seleção Brasileira de vôlei, Marcelo 
Negrão (terceiro da direita para a esquerda) vibra com a Tocha Olímpica. 
Foto: Francisco Medeiros/ME

Beijo de espadas

Jovane Guissone era só alegria antes do revezamento. “Nunca cheguei perto dela”, brincava, ao pegar a tocha olímpica nas mãos. Sem os movimentos das pernas por causa de um tiro que levou ao reagir a um assalto, o atleta da esgrima em cadeira de rodas foi um dos condutores da chama olímpica em Porto Alegre. “A tocha não vai passar na minha cidade natal, que é Barros Cassal, mas eu vou levá-la para lá e vou continuar o desfile”, revelou.

Com apenas oito anos de dedicação à modalidade, Jovane coleciona conquistas importantes, como a liderança do ranking mundial e o ouro nas Paralimpíadas de Londres 2012. “Com todas as dificuldades, eu fui para Londres. Eu tinha sonhos de conseguir uma medalha, de conseguir levantar a modalidade e de mudar de vida”, conta o atleta, ao lembrar que levava três horas para chegar ao treino, depois de pegar três ônibus e um trem. “Eu cheguei sem patrocínio. Foi bem duro, muitas vezes tive que pagar viagem do meu próprio bolso e fazer vaquinha, pedir ajuda dos amigos para viajar”, completa.

A nadadora Graciele Hermann: alegria antes de 
defender o Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016. 
Foto: Francisco Medeiros/ME
Hoje, com dois patrocinadores e já classificado para os Jogos Paralímpicos Rio 2016 nas categorias espada e florete, ele comemora as conquistas. “Fico muito feliz pelas grandes mudanças na minha vida, na da minha família e na minha carreira”. Depois das emoções com a Tocha Olímpica, o momento é de focar nos próximos objetivos. “Tenho treinado forte e me dedicado bastante. São quatro anos de muito trabalho e vamos tentar a segunda medalha paraolímpica”, promete.

Ele passou a chama para o também esgrimista Guilherme Toledo. Especialista em florete, o porto-alegrense irá participar da segunda olimpíada e garante que agora é “força total na reta final dos Jogos Olímpicos”.

Revezamento

Ao longo do percurso, muita arte, cultura e música, como a escola de samba em frente ao estádio Beira-Rio. Na Praça das Armas, foi a vez de Mayra Aguiar conduzir a chama, ao som da banda da marinha e acompanhada por uma multidão. A judoca, campeã mundial e bronze em Londres 2012, é uma das grandes esperanças de medalha no Rio de Janeiro.

Já no bairro Praia de Belas, a velejadora Fernanda Horn, 18 vezes Campeã Brasileira (1996, 1999 a 2015), participou do revezamento e disse estar se preparando intensamente para sua quinta participação em Jogos Olímpicos (Sydney 2000, Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012). Em Pequim, ela foi a primeira brasileira a conquistar uma medalha (bronze) na vela.

Acendimento da pira

O encerramento ficou por conta da ex-ginasta Daiane dos Santos, que recebeu a chama da jornalista Patrícia Poeta. Primeira brasileira da modalidade, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro em uma edição do Campeonato Mundial, Daiane chegou radiante ao Largo Glênio Peres, no centro histórico de Porto Alegre. Diante da multidão, ela agradeceu o carinho do público após acender a pira olímpica. "Vocês dão forças para a gente fazer tudo o que fazemos", afirma.

Integrante da primeira seleção brasileira completa a disputar uma edição olímpica, em Atenas 2004, Daiane também relembra alguns fatos históricos em sua carreia que explicam o verdadeiro espírito olímpico.

"Tive muitos momentos que me marcaram, mas o melhor foi a final por equipes que fizemos, pois foi o momento do grupo e de mostrar que a ginástica do Brasil não era apenas uma ginasta", afirma. A ginasta possui dois movimentos com seu nome por ser a primeira no mundo a realizá-los: o duplo twist carpado, ou Dos Santos I, e a evolução deste primeiro: o duplo twist esticado, ou Dos Santos II.

Fonte: BRASIL 2016

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