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Federação uruguaia decide apresentar suas contas após escândalo na Fifa

A AUF disse que recebeu em recursos 'devidamente documentados' US$ 3,5 milhões da Conmebol

06/06/2015

A Associação Uruguaia de Futebol (AUF) emitiu nesta quarta-feira um comunicado no qual informou os valores recebidos da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) para participar da Copa América do Chile 2015, em uma evidente repercussão do escândalo de corrupção na Fifa.

Segundo o texto, a AUF decidiu emitir essa informação "diante dos fatos de notoriedade pública que se remetem à entrega de uma suposta quantia de dinheiro proveniente de um ato supostamente ilícito no ano de 2013, que faz parte de uma investigação judicial que se desenvolve no exterior".

No total, a entidade disse que recebeu em recursos "devidamente documentados" um total de US$ 3,5 milhões da Conmebol "por conceito de sua participação na primeira fase da Copa América do Chile 2015".

"Esse montante foi recebido em três parcelas por meio de transferências bancárias", um método "habitual", como especificou o documento, e "segundo o disposto oportunamente pela Conmebol", acrescentou.

Assim, a AUF detalhou o aporte de US$ 500 mil no dia 18 de março de 2014, quando a entidade era presidida por Sebastián Bauzá; outro depósito de US$ 1 milhão no dia 28 de agosto de 2014, com Wilmar Valdez como principal dirigente do organismo; e um terceiro de US$ 2 milhões de no dia 16 de dezembro de 2014, também sob o mandato de Valdez.

"A informação detalhada é a que surge dos registros contábeis, devidamente documentados, fiscalizados e auditados, por isso não podemos, nem devemos, realizar comentários de outras informações que não sejam as que provêm de nossos registros", indicou a AUF na nota.

Nesse sentido, a entidade que regulamenta o futebol uruguaio afirmou que possui uma "área contábil" com "profissionais de longa trajetória reconhecidos por todos os Conselhos Executivos" que a dirigiram.

A AUF observou que "a fiscalização das informações" que constam em seus balanços anuais é revisada por uma "comissão fiscal" integrada por "representantes propostos pelos clubes da primeira divisão" e que, em sua maioria, são "contadores públicos".

A federação uruguaia também acrescentou que conta com uma "auditoria externa independente", que "analisa e emite opiniões sobre as informações contidas nos balanços" e que é liderada por "um prestigiado" docente da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade da República (Udelar) e da Universidade Católica.

Segundo a AUF, todos esses serviços contábeis informam, com as devidas documentações correspondentes, todas as verbas recebidas pela entidade, entre elas as provenientes da Conmebol pela disputa da Copa América no Chile.

Na semana passada, sete dirigentes do alto escalão da Fifa, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, foram detidos na Suíça por acusações de corrupção, a pedido da Justiça americana, que os acusa de associação criminosa, fraude, lavagem de dinheiro e outros crimes.

A empresa Datisa, que possui os direitos de televisão das edições da Copa América de 2015, 2016 (Centenário), 2019 e 2023, é uma das firmas investigadas pela Justiça dos Estados Unidos.

Segundo a procuradoria americana, a Datisa concordou em pagar US$ 100 milhões de propina em cinco parcelas de US$ 20 milhões cada uma e as duas primeiras foram pagas entre junho e setembro de 2013.

Cada parcela de 20 milhões foi dividida da seguinte maneira: três milhões para o presidente da Conmebol e uma soma similar para os presidentes da federação argentina (AFA) e da CBF; US$ 1,5 milhão para cada presidente das outras sete federações e 500 mil para outro dirigente da entidade.

Fonte: ESPN


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