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Como o Brasil está se preparando para a Copa América

02/05/2015

Chevrolet Brasil Global Tour analisa as chances da seleção no torneio, as principais mudanças de Dunga e as novas estrelas do Brasil

De volta para o futuro



Após a surpreendente derrota por 7-1 para a seleção da Alemanha na Copa do Mundo de 2014, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apostou em uma velha fórmula para resgatar o brilho do Brasil. Enquanto a imprensa e os torcedores pediam renovação com a escolha de um treinador sem passagem pela seleção, a confederação mirou no passado e trouxe de volta o capitão do tetra, o ex-jogador Dunga. O presidente da CBF queria resultados e a experimentação não estava em seus planos.

Dunga foi técnico do Brasil após o vexame da seleção de 2006 na Copa do Mundo da Alemanha. Sua gana por vitória e seu jeito disciplinador mais uma vez apareceram como solução para os problemas do Brasil. O ex-jogador não decepcionou. Até agora foram seis vitórias em oito jogos, incluindo até bater a grande rival Argentina, vice-campeã do mundo em 2014. Em sua primeira passagem pela seleção, Dunga venceu seus principais rivais sul-americanos nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Experiência ele tem de sobra para levar o time ao título da Copa América, que será disputada em 2015, no Chile. Com os resultados mostrados nos amistosos, o treinador pode repetir o sucesso de 2007, quando conquistou a Copa América também à frente da seleção.

Os sobreviventes



Na entrevista coletiva concedida antes da vitória do Brasil contra o Chile, em Londres, um jornalista inglês perguntou ao técnico brasileiro o porquê de ele ter mantido na equipe jogadores remanescentes da Copa do Mundo de 2014. Dunga educasamente respondeu não acreditar "em mudanças radicais". Mas dos 11 jogadores do time titular de Luiz Felipe Scolari, apenas cinco permaneceram de forma constante na seleção: Luiz Gustavo, David Luiz, Neymar, Oscar e Thiago Silva. Mais da metade do time derrotado pela Alemanha tem poucas chances de voltar a vestir a camisa da seleção brasileira.

David Luiz manteve sua posição na zaga e Thiago Silva retornou após se recuperar de uma lesão. Luiz Gustavo permanece imbatível no meio-campo brasileiro, acompanhado de Oscar e Neymar. Willian, que teve pouca chances com Scolari, ganhou terreno com Dunga e vem mostrando bom futebol. Jefferson, que não jogou na Copa, é agora o goleiro titular da equipe.

Novos rostos



Scolari enfrentou duras críticas por ter deixado de fora do time que disputou a Copa do Mundo o zagueiro Miranda e o lateral Filipe Luis. Os dois brilhavam no Atlético de Madri do técnico argentino Diego Simeone, que em 2014 foi a sensação do futebol europeu. Felipão, contudo, preferiu manter a equipe que um ano antes conquistara a Copa das Confederações e não convicou as duas estrelas da equipe espanhola. Ao assumir o comando da equipe, Dunga imediatamente convocou os dois jogadores, que na equipe, levaram apenas dois gols em oito jogos. Novos rostos na renovocação brasileira, que viu também o surgimento do lateral Danilo, convocado após problema disciplinar de Maicon.

Elias, meia do Corinthians, passou a compor o meio-campo com Luiz Gustavo, mostrando disposição, excelente visão de jogo e tirando de Fernandinho a vaga de titular. Willian deu mais compactação ao ataque, levando para o Brasil o entrosamento com Oscar - os dois jogam juntos no Chelsea. A faixa de capitão foi dada a Neymar, que se manteve como estrela da equipe, mostrando grande capacidade de finalização. Não à tôa, é o artilheiro do time. Outra promessa, Roberto Firmino, se firmou como titular assim como o atacante Diego Tardell, o falso 9 de Dunga.

Evolução, não revolução



Dunga é reconhecido como um treinador pragmático, que tem como estilo de jogo uma forte marcação no meio-campo e contra-ataques velozes. Ele monta suas equipes a partir da defesa e, com seis vitórias em oitos jogos desde que assumiu a seleção, pode se dizer que seu esquema vem dando resultados. Seus times mantém a disciplina tática, jogam de forma compacta e buscam incessantemente a posse de bola e o contra-ataque vertical. A defesa joga de forma mais conservadora e o ataque deixou de ter um centroavante fixo esperando a bola chegar à grande área. A saída de bola da defesa para o ataque ponto fraco da seleção de Felipão parece ter sido resolvida. Ponto para Dunga.

Com quatro jogadores velozes no ataque e um meio-campo marcador, a seleção brasileira passou a ter na frente forte triangulação com Oscar, Willian, Neymar e Tardelli. O antigo esquema de Dunga, baseado em um 4-2-3-1 passou a ganhar força com um 4-2-2-2, sendo a mudança mais radical a adoção de um atacante sem posição fixa. Com o chamado "falso 9", a seleção ganhou um ataque mais leve, solto e veloz, com Neymar, em especial, ganhando ainda mais destaque, marcando oito gols em oito jogos.

Copa do Mundo ou Copa América?



As Eliminatórias para a Copa do Mundo na América do Sul, da maneira como é disputada hoje, iniciou após a Copa do Mundo de 1998. O formado ajudou equipes consideradas menores no continente como Venezuela e Equador. A Conmebol tem hoje o sistema de qualificação para a Copa do Mundo mais forte de sua história e o técnico brasileiro não esconde ser a classificação para a Copa do Mundo de 2018 sua prioridade.

Mas entre a Copa do Mundo e as Eliminatorias há a disputa da Copa América, torneio que oferece aos treinadores sul-americanos uma ótima oportunidade para testar suas equipes. Dunga, no entanto, tem insistentemente repetido que seu foco permanece em levar a seleção à Rússia. Mas nada dá mais moral a um treinador do que vitórias e títulos. O torneio no Chile será para Dunga seu principal teste no caminho até a Copa do Mundo. E não só ao torneio: com ele, o treinador pode resgatar a confiança da torcida brasileira na seleção.

Fonte: Goal


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