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Fifa tem R$ 5 bilhões na "poupança" para plano B, mas garante plano A

Jérôme Valcke e Joseph Blatter em coletiva que apresentou balanço 
financeiro desde 2011 (Foto: Alexandre Lozetti)

23/03/2015

Blatter afirma que dinheiro, guardado por ordem de estatuto, serviria para compensar entidade se a Copa não for realizada, mas diz que Rússia e Catar não correm riscos

Sabe aquele dinheiro que as pessoas guardam por precaução contra qualquer imprevisto, uma reserva para evitar sustos? A Fifa também tem o seu. A “poupança” da entidade que controla o futebol mundial já acumulava, no fim de dezembro de 2014, R$ 4,9 bilhões. Um valor que, segundo o presidente Joseph Blatter, protege a casa se uma edição da Copa do Mundo, torneio do qual seus cofres são bastante dependentes, não puder ser realizada.

Só que o mesmo Blatter disse, minutos depois de colocar em dúvida os Mundiais de 2018, na Rússia, e 2022, no Catar, que está totalmente seguro de que ambos vão acontecer normalmente. Ou seja, esse valor que a Fifa chama de “reserva” só tende a aumentar.

O presidente da Fifa quer afastar o assunto que certou sua sede durante meses, o da compra de votos que teria favorecido Rússia e Catar nas escolhas para sediar as próximas Copas. Mas, questionado sobre a reserva de quase R$ 5 bilhões, citou a quantidade de rumores a respeito dessas competições.

– Se vocês analisarem todo esse documento, verão que temos essa reserva em caso de, por qualquer motivo, não pudermos celebrar um Mundial no ano previsto. Houve muitos rumores em relação a 2018, esperamos que a situação de 2022 agora se tranquilize. Mas, se em algum ano não for possível, precisamos prosseguir com nossos programas de desenvolvimento.

"O Mundial será na Rússia e poderá estabilizar a situação na região. O futebol é mais forte do que qualquer outro movimento. Ele leva emoção, une o povo, e isso acontecerá em 2018 "
Joseph Blatter, presidente da Fifa

O documento ao que se refere o presidente da Fifa é o balanço financeiro relativo ao último ciclo de quatro anos (2011 a 2014). Nele, é possível ver que em 2007 a poupança já alcançava o valor de R$ 2 bilhões. Ele também revela a dependência das receitas provenientes da Copa do Mundo.

A edição brasileira gerou lucro de R$ 8,2 bilhões à Fifa, o que também colaborou para que a poupança ficasse recheada. Sobre 2018, depois de citar os rumores, o dirigente mais poderoso do mundo afirmou que ele não só será concretizado, como também levará a paz a uma região que vive constantes conflitos, o mais recente com a Ucrânia.

– O Mundial será na Rússia, estou seguro disso. E poderá estabilizar a situação da região. O futebol é muito mais forte do que qualquer outro movimento. Veja a Síria, em situação tão complicada, numa guerra civil, e sua seleção sub-17 disputou o Mundial no Chile (em 2015). Respeita-se o futebol porque ele leva emoção, une o povo, e isso vai acontecer em 2018.

Já em relação ao Catar, a Fifa espera que a definição das datas do torneio (de 21 de novembro a 18 de dezembro de 2022) esfrie a pressão, já que derruba um dos maiores argumentos contrários à realização do Mundial, que eram as altíssimas temperaturas do meio do ano.

Agora, cabe à entidade provar que os trabalhadores locais têm boas condições para construírem estádios e atuarem em obras de infraestrutura. O secretário-geral Jérôme Valcke afirmou que esteve no Catar e que os operários têm condições melhores do que os de quaisquer outras obras, o que não deixa de escancarar a realidade local.

Com os preparativos de Rússia e Catar andando de acordo com o que deseja a Fifa, o artigo 73 do seu estatuto será cumprido. Ele diz que “uma das responsabilidades mais importantes da Fifa é garantir seu futuro mediante a criação de reservas”.



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