Recessão não afetará preparativos para Copa de 2018, segundo comitê

Comissão da Fifa elogiou primeiros resultados dos preparativos para a Copa do Mundo 

na Rússia Foto: RIA Nóvosti

19/11/2014 

Colapso do rublo e declínio da economia não estão afetando a preparação do país para a próxima Copa do Mundo de 2018, informou o diretor-geral do comitê organizador do Rússia 2018, Aleksêi Sorókin. Paralelamente, Comissão de Ética da Fifa publicou os resultados de uma investigação conduzida no país e confirmou a não existência de qualquer evidência que ponha em risco o direito da Rússia de sediar o evento.

Na semana passada, Moscou recebeu o Fórum Mundial de Futebol, que foi dedicado à preparação da Rússia para o Mundial de 2018. Em discurso durante o evento, o diretor-geral do comitê de organização, Aleksêi Sorókin, garantiu que a acentuada queda do rublo e a recessão da economia não terão impacto no andamento do projeto.

“O orçamento do comitê é calculado em moeda estrangeira e, por isso, não está sujeito a variações das taxas de câmbio. Ele é designado pela Fifa em dólares”, explicou Sorókin. Segundo ele, os organizadores não pretendem rever nem aumentar o orçamento de 664 bilhões de rublos (US$ 14,3 bilhões) para as obras em estádios e de infraestrutura.

“Todas as empreiteiras já foram selecionadas, e são todas russas. Além disso, usamos principalmente materiais nacionais, de modo que não existem razões para rever o custo dos estádios que estão sendo preparados para a Copa”, afirmou Sorókin.

De acordo com o diretor-geral do Arena 2018 (subsidiária do comitê organizador do Rússia-2018), Aleksêi Milovanov, a comissão da Fifa se mostrou satisfeita com os primeiros resultados dos preparativos para a Copa do Mundo.

O prazo máximo para a entrega dos estádios que sediarão a Copa das Confederações é 1º de maio de 2016; no caso dos demais, o prazo é 1º de maio de 2017. “Cada estádio terá uma capacidade em regime de Copa do Mundo e uma capacidade permanente. Na prática, isso significa que, após a Copa de 2018, as arenas continuarão funcionando, mas a capacidade de algumas delas será reduzida”, disse Milovanov.

Bola fora

Em meados de 2010, um escândalo envolvendo o então presidente da Federação Inglesa de Futebol (FA, na sigla em inglês), David Triesman, tomou conta das manchetes mundo afora.

Melissa Jacobs, com quem supostamente Triesman mantivera um caso, entregou a repórteres gravações nas quais o ex-diretor da FA afirmava que a Copa de 2010 seria ganha pela seleção espanhola graças aos “árbitros comprados com dinheiro russo”. Como contrapartida, Madrid teria prometido dar votos a Moscou no sorteio para eleger o país-sede da Copa de 2018.

Durante as investigações, Triesman não apresentou provas de suas afirmações e acabou renunciando ao cargo. Mais tarde, a FA apresentou oficialmente desculpas à União de Futebol da Rússia.

De acordo com o jornal russo “Kommersant”, a Comissão de Ética da Fifa não encontrou evidências que corroborassem as acusações contra a Rússia. Apesar disso, o relatório do inquérito destaca a “cooperação limitada” por parte de Moscou, que não acatou o pedido para entregar os computadores dos membros do comitê de candidatura.

“Esses computadores foram alugados a uma empresa de fora, à qual foram depois devolvidos. É bem possível que as mensagens entre os membros do comitê tenham sido deletadas pelos donos das máquinas”, declarou Sorókin, durante a recente conferência.

O grupo responsável pela investigação destacou que a Rússia havia oferecido presentes aos membros da Fifa, mas “o preço dos mesmos era insignificante e simbólico”. O alojamento e voo dos membros da Fifa à Rússia foram pagos pela parte anfitriã. No entanto, pelas regras da organização, não havia empecilho para esse tipo de prática.

Na conclusão do relatório da Comissão de Ética, os autores garantem não existir qualquer razão para se colocar em causa o processo de seleção da Rússia para sediar o Mundial. “O caso está encerrado”, concluiu o juiz alemão Hans-Joachim Eckert, presidente da Câmara de Julgamento da Comissão de Ética.

Fonte: Gazeta Russa