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Saransk aposta em instalações modernas para receber a Copa 2018

04/10/2014

Vice-premiê da pequena república russa da Mordóvia falou à Gazeta Russa sobre os preparativos para receber etapa final da Copa de 2018.

Merkuchkin: "Não vamos construir nada além do necessário 

para a cidade" Foto: Press photo
A cidade de Saransk está longe de ser a maior da Rússia, está situada a algumas centenas de quilômetros de Moscou e sua existência é pouco conhecida além das fronteiras do país. Agora se prepara para de maneira digna a maior competição esportiva internacional – a fase final da Copa do Mundo de Futebol em 2018. A capital da República Nacional da Mordóvia, que tem 300 mil habitantes, recebeu o direito de sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2018, juntamente com Moscou e São Petersburgo.

Das 11 cidades russas que vão sediar a Copa do Mundo daqui a quatro anos, é provavelmente uma das menos conhecidas fora do país. Mas o governo da República da Mordóvia, cuja capital é Saransk, tem a intenção de mudar essa situação. As autoridades locais estão convictas de que os jogos da Copa de 2018 serão realizadas no mais alto nível. 

Em entrevista à Gazeta Russa, o vice-primeiro-ministro da república, Aleksêi Merkuchkin, falou sobre os preparativos para realizar a Copa e sobre a chegada de milhares de turistas estrangeiros à pequena cidade.

Gazeta Russa: Em que estágio está a construção do novo estádio em Saransk?

Aleksêi Merkuchkin: Decidimos construir o novo estádio antes mesmo de a Rússia obter o direito de sediar o Mundial. Começamos a construí-lo mais cedo do que as outras cidades e por isso estamos mais adiantados. O único problema foi no ano passado, quando tivemos que fazer ajustes no projeto para se adequar à nova e sexta versão do documento com as exigências da Fifa.

Também alteramos ligeiramente as soluções técnicas – particularmente, em relação ao número de camarotes – por termos indicado o estádio para a realização de partidas da fase de grupos e das quartas de final. Anteriormente estávamos preparando o estádio apenas para os jogos da fase de grupos. 

GR: Milhares de torcedores virão para o campeonato. Recentemente, o senhor anunciou planos de construir novos hotéis em Saransk. Quem serão os investidores nesses projetos?

Aleksêi Merkuchkin: No programa russo de preparação para a Copa do Mundo não está previsto o uso de recursos do orçamento federal para o financiamento de instalações hoteleiras. Todos os investidores são russos. O hotel Sheraton, por exemplo, já está sendo construído há um ano e meio, e a obra será concluída no ano que vem. Quanto ao Mercure, há pouco tempo saíram os resultados da concorrência para seleção de investidores.

GR: O senhor havia declarado que será construído também um hotel-cápsula desmontável, em conjunto com a empresa britânica Snoozebok, e que um dos hotéis posteriormente será transformado em um complexo residencial...

Aleksêi Merkuchkin: A nossa concepção é a seguinte: não vamos construir nada além do necessário para a cidade. O complexo residencial “Tavla” é um dos exemplos do que queremos. Mas também entendemos que, do ponto de vista econômico, é um pouco pesado para o investidor. Por isso, desenvolvemos um conjunto de medidas de apoio do governo.

Estamos preparando uma plataforma para o investidor, instalando toda a rede externa e subsidiando os gastos com design e documentação técnica. No início, o complexo terá seis torres de 25 a 30 andares e 1.700 apartamentos de um ou dois quartos. O “Tavla”  ficará a uns 500 metros do estádio, em uma área em desenvolvimento urbano.

A nossa parceira no projeto, a Snoozebox, trabalhou nas Olimpíadas de Londres e em algumas etapas da Fórmula 1, oferecendo um conceito interessante de hotéis móveis. É praticamente um contêiner que chega, é desdobrado e depois recolhido. O hotel pode ser simples ou com um nível mais elevado, até quatro estrelas.

GR: A infraestrutura de transportes também está recebendo investimentos do mesmo porte?

Aleksêi Merkuchkin: No âmbito do programa federal, 2,5 bilhões de rublos [cerca de US$ 65 milhões] estão sendo disponibilizados para a reconstrução da pista de pouso e decolagem, dos hangares para as aeronaves e dos sistemas de navegação.

Na primeira metade do próximo ano vamos construir um novo terminal e, durante o evento em 2018, haverá também um terminal temporário com capacidade para 1.100 passageiros por hora. A construção do terminal é uma parceria público-privada. Acreditamos que um aeroporto é um recurso de importância estratégica e, por isso, não vamos transferi-lo completamente para a iniciativa privada.

Não temos grandes problemas com outros meios de transporte. Em Ruzaevka, cidade-satélite de Saransk, há uma estação ferroviária grande. De lá partem trens para Moscou a cada dez minutos. Saransk também não fica tão longe da Europa, portanto, não vemos problemas para os visitantes que vierem de carro.  

GR: Quais voos serão realizados nesse aeroporto?

Aleksêi Merkuchkin: Estamos tentando calcular, prever tudo. Junto com um parceiro estrangeiro, estamos criando uma companhia aérea local e inter-regional. Ela irá realizar voos na parte central da Rússia. Focamos no modelo de companhias de baixo custo – aeronaves de pequeno porte, voos frequentes e preço baixo. Esse modelo funciona no Brasil, Canadá e EUA. Na Rússia, a aviação inter-regional é pouco desenvolvida.

Em nenhum lugar do mundo o transporte inter-regional pode funcionar sem o apoio do governo. O Ministério dos Transportes da Rússia está dando suporte e subsidiando ativamente o desenvolvimento desse tipo de aviação. O novo terminal está sendo construído justamente para essa nova companhia aérea.

Construção do estádio em Saranks está adiantanda em relação à das outras 

sedes da Copa-2018 Foto: Press photo

GR: Existem planos futuros para o estádio após a Copa-2018?

Aleksêi Merkuchkin: Para promover o futuro uso comercial do estádio, estamos trabalhando com a empresa alemã Sport Five. Uma estrutura desse tipo nunca conseguirá ser autossuficiente somente com futebol. Os melhores estádios do mundo recebem entre 150 e 200 eventos por ano. Nossa vantagem está no fato de que o estádio está localizado no centro da cidade e em volta está nascendo um novo bairro. O nosso desafio é construir um estádio compacto, multifuncional e barato. Estão interessadas em assumir a gestão do estádio duas companhias estrangeiras, com as quais estamos em processo de negociação.

GR: A experiência nos mostra que as cidades mais bem sucedidas são aquelas que oferecem uma história atraente e uma ideia que representa a região de uma forma especial. Qual é a mensagem de Saransk e da Mordóvia para o mundo?

Aleksêi Merkuchkin: Um dos motivos pelo qual fomos escolhidos e por que a Fifa deu a Saransk uma boa avaliação é o fato de que somos uma República Nacional. Também é muito simbólica a escolha de uma região fino-húngara para sediar jogos da Copa. Podemos surpreender com muitas coisas. Não vou revelar todos os segredos, mas um dos nossos principais focos será a dimensão étnico-cultural, pois queremos mostrar a nossa cultura, gastronomia e história. 

Fonte: Gazeta Russa

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