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Medalha da Copa de 50 é encontrada em galpão do RS e se torna amuleto

Medalha antiga, 50 (Foto: Maria de Fátima Valentini Canevese/Divulgação Memorial Gazola)

09/06/2014

Historiadora encontrou moeda comemorativa em metalúrgica de Caxias do Sul, confeccionada para campeonato no Brasil.

Uma pequena medalha comemorativa confeccionada para a Copa do Mundo de 1950 no Brasil foi encontrada no local onde ficava uma indústria metalúrgica em Caxias do Sul, na serra gaúcha. O galpão de cerca de 27 mil m² está sendo garimpado por um grupo de historiadores para a construção de um memorial. A moeda, que cabe na palma da mão, foi achada em uma gaveta empoeirada e traz na face o símbolo da quarta edição do Mundial. A relíquia está guardada em um cofre e é considerada um amuleto pelos seus cuidadores, que torcem pela vitória da Seleção Brasileira.

A antiga metalúrgica Gazola faliu em 2010 e foi vendida a outro grupo da região em um leilão. No entanto, a empresa que atuou por mais de sete décadas, e fabricou armamentos para as tropas brasileiras na Segunda Guerra Mundial, guarda uma série de produtos históricos fabricados ao longo do tempo. Por isso, a venda do espaço foi feita apenas sob uma condição: a garantia de que a memória seria preservada em um acervo.

– Antes de falecer, no ano passado, o fundador pediu para que a prefeitura fosse tombar essa parte do acervo, para que não fosse perdido. Quando assumimos a empresa, como sou historiadora, fiquei com o museu. Começamos com 150 peças e estamos no número 500 – contou Maria de Fátima Valentini Caneveze ao G1, uma das sócias da marcenaria que comprou a antiga metalúrgica.

Encontrar a medalha, bastante suja e empoeirada, foi uma surpresa para Fátima. Primeiramente, o grupo não percebeu que tinha em mãos uma relíquia. Sem acreditar que se tratava, de fato, de um objeto feito na década de 50, eles guardaram e aguardaram. Uma semana depois, a confirmação apareceu.
– Estávamos garimpando um local com ferros pesados e achamos muitos moldes de medalhas. Aqui se confeccionava medalhas da Festa da Uva e outras comemorativas. Tínhamos várias matrizes e, no meio de tudo isso, vimos um molde diferente, com o mesmo enfeite cunhado na medalha. Nessa hora comemoramos muito – relembrou Fátima.

Os objetos estão sendo todos catalogados e futuramente serão guardados em um espaço devidamente preparado para conservá-los. A prefeitura municipal também auxilia no processo, prestando assessoria em todos os procedimentos.

“Nós estávamos junto quando a peça foi encontrada e a dúvida é se tinha sido fabricada lá mesmo, mas como encontramos a matriz confirmamos que foi fabricada no período”, reiterou Marizete Raimann, responsável pelo setor de registro e catalogação do acervo do Museu Municipal de Caxias do Sul.

A procura, agora, é por algum antigo funcionário que possa contar como e o porquê da medalha ter sido feita ali. Enquanto isso, será tirada do cofre somente para dar sorte nos jogos da Seleção, do Grêmio e do Caxias, times do coração de Fátima.

– Vamos segurar apertadinha. A moeda veio para eliminar o trauma de 50. Imagino como ficou a população, foi muito triste. Mas, a gente tem um time bom e um treinador ótimo – garantiu Fátima.



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