27/05/2014
Para garantir os serviços das operadoras de telecomunicações, a Alcatel- Lucent está trazendo um time de especialistas em transporte IP e roteamento da Europa e dos Estados Unidos para trabalhar pesado no período da Copa do Mundo. O objetivo é assegurar que o núcleo da rede das teles suporte à forte demanda de dados. "O core não pode falhar de jeito nenhum. Ele é o suporte para um serviço melhor ao cliente final", sustentou Javier Falcon, presidente da companhia no Brasil.
De acordo com o executivo, a vinda desses especialistas - que vão se juntar aos profissionais da empresa no Brasil - foi pensada para atender aos profissionais das teles, num período que será de grande pico e ainda não determinado. "Teremos uma operação assistida para uma operadora, mas decidimos trazer os especialistas para estarmos prontos para todos as teles que usam nossos equipamentos . A sobrecarga será forte e precisamos de estratégias pró-ativas para evitar falhas", sustentou Falcon.
O maior temor das operadoras é tentar identificar como a elevação do tráfego vai impactar as suas redes. "Na Copa da África do Sul e nas Olimpíadas, os posts dos torcedores que estão no estádio ou em áreas próximas tiveram um efeito multiplicador na rede. E é o core, o núcleo da rede, que precisa estar fortalecido para suportar esse incremento de demanda", acrescentou Alexandre Nascimento, responsável pela área de Inovação da Alcatel-Lucent.
100% IP
As redes de telecomunicações estão passando por uma migração efetiva no Brasil e a Alcatel-Lucent quer garantir o seu lugar nessa nova infraestrutura que está sendo montada. A companhia anunciou a instalação de um laboratório para transporte IP no Brasil - voltado para os negócios na América Latina - com investimentos de US$ 4 milhões. Até o final do ano, o país também sediará um laboratório para roteamento IP.
"Os vídeos estão demandando cada vez mais capacidade do core das redes. Já temos 4K, 8k e já há testes para 16K. Suportar toda essa demanda pede nova arquitetura de rede. O mundo está mudando e a própria Alcatel-Lucent já está fazendo testes com operadoras para transporte de 400 Giga. Hoje no Brasil, segundo Javier Falcon, usam equipamentos da companhia para transporte de 100 Giga.
Na América Latina, o teste com 400 Giga foi feito com a mexicana Alestra, mas o executivo adianta que negocia com uma operadora local para fazer teste semelhante até o final do ano. "O laboratório vai testar, operar e validar uma rede 100% IP.Nessa primeira etapa com equipamentos da Alcatel-Lucent. O core da rede, normalmente, utiliza equipamentos proprietários. Com o laboratório de roteamento IP, que chega no final do ano, vamos começar a tratar da rede única convergente, onde há uma multiplicidade de equipamentos", explica Falcon.
O gerente responsável pelo Eexecutive Briefing Center da Alcatel-Lucent do Brasil, Alessandro Nascimento, diz que a mudança do core da rede das teles para o mundo OTN já começou, mas haverá a convivência do híbrido DWDM com OTN (. "É a evolução natural. Antes se tinha o ATM, veio o DWDM, o SDH e, agora, o OTN", explica. Essa migração é explicada pela capacidade de transporte. Uma porta de 100 giga é capaz, hoje, de transmitir até 12500 vídeos de alta definição.
"Dados são a pressão na rede das operadoras, mas a rentabilidade delas é baixa. Até então, voz era o carro-chefe da receita. Para ampliar a receita com dados, as operadoras precisam de eficiência na rede. O OTN está chegando para permitir essa gerência melhor dos recursos", completa Falcon.
Indagado sobre o ano de 2014, o presidente da Alcatel-Lucent disse que essa migração do core da rede abre frentes importantes para a fabricante. A expansão do LTE - com o leilão da faixa de 700MHz também é uma oportunidade única.
"O LTE, a voz no LTE, exigirá muito das redes das teles. Hoje, com o 4G em 2,5GHz e com 1% da base total (2,5 milhões de acessos ativos), o LTE já responde por 10% do tráfego de dados. Com a expansão, essa pressão será ainda maior. As redes terão de mudar no core e no acesso", avalia Falcon.
Fonte: Divergência Digital
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