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Shirley Paes Leme homenageia os carretéis de Iberê na sua temporada na Fundação Iberê Camargo

Gravura criada em homenagem a Iberê Camargo - Foto: Lisiane de Assis
27/10/2013

Convidada do Programa Artista Convidado Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo, a artista homenageou Iberê Camargo e a arquitetura da Fundação através de suas criações

Nesta quinta-feira (24), Shirley Paes Leme, a convidada deste mês do Programa Artista Convidado Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo, recebeu o público para uma conversa sobre sua trajetória, que completa 40 anos de produção em 2014, e sobre o trabalho que desenvolveu durante a semana com a técnica de gravura em metal. Escultora, gravadora, desenhista e professora de pensamento rizomático, é reconhecida no Brasil e no exterior por suas exposições coletivas e individuais de desenhos, intervenções, performances e instalações. Seu trabalho, que muitas vezes une o antigo ao moderno e contemporâneo e tenta reter o volátil, o efêmero, já ganhou destaque nas bienais de Lausanne (na Suíça), da Polônia, de La Habana (em Cuba), do Mercosul (em Porto Alegre), e de São Paulo.

Shirley Paes Leme fala sobre 
a gravura que criou em homenagem 
a Iberê Camargo - Foto: Lisiane de Assis

Inspirada pelos famosos carretéis de Iberê Camargo, Shirley prestou uma homenagem ao artista. “Sempre enxerguei os carretéis como a letra ‘I’ e suas laterais como a letra ‘C’, ou seja, as iniciais de Iberê Camargo. Então, utilizei a fonte chamada white latin, que é a que mais se aproxima do formato dos carretéis, para criar esta homenagem”, explica. Muito ligada aos espaços em que convive, também quis homenagear a arquitetura elaborada por Álvaro Siza para a sede da Fundação, representando uma de suas amplas e delineadas janelas. “A minha trajetória está sempre falando dos lugares, principalmente da minha experiência no Planalto Central e da dicotomia de circular entre a cidade e o campo. Então, quis fazer uma gravura que eu pudesse relacionar com o espaço da Fundação Iberê Camargo”, conta.

“Ninguém vai viver o seu sonho”, além de possuir duplo sentido, a frase representa para Shirley uma motivação diária para desenvolver o seu trabalho, e se tornou referência fundamental para uma das peças criadas no Ateliê. Escrita repetidas vezes, as palavras sobrepostas, sob um fundo prata, compuseram uma linda gravura idealizada por ela.

Gravura criada com a frase Ninguém vai viver o seu sonho - Foto: Lisiane de Assis
Sua característica de captar elementos da natureza, como teias de aranha enegrecidas por “picumã”, a fuligem formada em chaminés, também apareceu em suas gravuras. Desta vez, capturou o fogo, imprimindo a vertigem da fumaça através de uma chama acesa contra a placa de metal em que se projeta a gravura, criando um resultado único.

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